O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, envolveu-se numa confusão com o criador de conteúdos Wilker Leão, esta quinta-feira, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. O presidente foi chamado de “tchutchuca do centrão”, “cobarde”, “safado” e “vagabundo” e depois agarrou a camisola do jovem para tentar chegar ao telemóvel com que filmava a cena.

Num vídeo filmado e partilhado pelo próprio Wilker Leão no seu canal de Youtube, pode ver-se o criador de conteúdos entre jornalistas e simpatizantes de Bolsonaro, à espera da chegada de uma comitiva de carros na qual vinha o Presidente brasileiro. Já na rua, Bolsonaro estava rodeado de apoiantes que o fotografavam quando Leão se aproximou e questionou: “porque é que o senhor limitou a delação premiada?”.

Depois o vídeo foi interrompido porque o autor diz ter sido atirado ao chão. Quando recomeçou a gravar foi afastado por agentes de segurança, mas continuou a dirigir-se a Bolsonaro. “Isso não é ser de direita”, disse, continuando: “quero ver se é corajoso de sair e conversar comigo”. Chamou-lhe ainda “cobarde”, “safado” e “vagabundo” e “tchutchuca do centrão”. A primeira palavra desta expressão tem origem na música funk do grupo Bonde do Tigrão e está ligada a uma ideia de submissão, enquanto “Centrão” é a expressão usada para denominar o grupo de parlamentares que “trocam o apoio ao governo por cargos e vantagens”, explica o Jornal de Minas.

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Bolsonaro, que já tinha entrado no carro, voltou a sair, dirigiu-se a Wilker Leão e agarrou-o pela camisola numa tentativa de chegar ao telemóvel. Esta parte é visível no vídeo partilhado pelo jornalista Lucas Rohan na sua página de Twitter.

O “youtuber” foi então afastado por agentes de segurança e o Presidente pediu que o momento não fosse filmado, continuando a falar a ser fotografado pelos seus apoiantes. Com os ânimos já mais calmos, Wilker Leão volta para perto do Presidente e os dois conversam, como se pode ver no vídeo captado pela Globo.

Pouco depois do episódio que ocorreu na manhã desta quinta-feira, Leão teria cerca de 13 mil seguidores no seu canal de Youtube, mas ao início da tarde chegava já aos 19.600, segundo A Folha de S. Paulo.

O criador de conteúdos apresenta-se como estando ligado ao Exército, mas, segundo uma nota da instituição, terá saído em fevereiro deste ano “quando se graduou como cabo e atingiu período máximo de permanência na força”, cita o meio brasileiro.