A Toyota foi o primeiro construtor a investir fortemente na tecnologia das células de combustível a hidrogénio, ou fuel cells, que visam produzir a bordo a energia necessária para alimentar o motor eléctrico que move o veículo. Foi o Mirai o modelo mais vendido a fuel cell, ainda que em reduzidas quantidades, mas o gigante japonês está convencido que, depois do passo dado com a segunda geração das fuel cells, em termos de incremento de eficiência e redução de custos, a tecnologia caminha no bom sentido, apesar de ainda ter de evoluir.

Agora a Toyota anuncia uma parceria com a universidade norte-americana de Northwestern, no Illinois, visando tornar as fuel cells mais eficientes, ou seja, produzir mais energia a partir da mesma quantidade de hidrogénio, de forma a maximizar a autonomia. A associação entre a marca japonesa e a instituição americana tem como objectivo tirar partido da “fábrica de dados” da universidade.

Esta “fábrica de dados” pretende ser uma máquina equipada com um algoritmo capaz de “aprender e sintetizar” informações a velocidades incríveis. A equipa a formar com técnicos da Toyota e da universidade acredita que, ao aceder à mega memória do equipamento, serão revelados mais materiais inorgânicos do que os cientistas alguma vez identificaram e catalogaram até aqui.

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Em vez do habitual método de tentativa e erro para combinar materiais, a “fábrica de dados” vai recorrer aos dados coligidos na mega memória, antecipando problemas e soluções inviáveis, fixando-se exclusivamente nos materiais que podem ser compatíveis. Com a ajuda de inteligência artificial (IA), o algoritmo da “fábrica de dados” pode descobrir soluções nunca consideradas e chegar muito mais rapidamente a uma solução positiva.

O responsável pelo Instituto Internacional de Nanotecnologia, Chad Mirkin, e George B. Rathmann, professor de Química da Universidade de Northwestern, afirmaram que “esta investigação inovadora marcou uma inflexão na forma como descobríamos e desenvolvíamos novos materiais”. E mostraram-se ambos bastante optimistas com a parceria com a Toyota: “Juntos podemos descobrir os materiais que podem verdadeiramente ajudar numa transição para formas de energia mais limpas.”

Com o objectivo de tornar as suas fuel cells mais eficientes, a Toyota procura catalisadores para optimizar as células de combustível. Os japoneses acreditam que esta forma de analisar os materiais conhecidos pode não só agilizar essa pesquisa, como a “fábrica de dados” permitirá inúmeras aplicações, numa série de outras tecnologias e sectores.