Marco Silva destacou “a primeira parte brutal”, a Premier League destacou todo o jogo de estreia. João Palhinha não conseguiu festejar a vitória na estreia na liga inglesa pelo Fulham frente ao Liverpool, com os londrinos duas vezes na frente mas os vice-campeões europeus e ingleses a chegarem ainda ao empate. No entanto, o médio foi um dos melhores em campo, entrando mesmo na Equipa da Jornada. Correu quase tudo bem em campo, correu quase tudo mal depois do encontro – e daí chegou mais uma lição.

Marcou de calcanhar, assistiu sem querer e por pouco não fez a reviravolta: Liverpool empata com Fulham na estreia de Darwin Núñez

“A seguir ao jogo falamos a umas quatro ou cinco televisões e depois, quando estás vestido, tens ainda de ir falar para as rádios. Eu gostei, o pior foi o autocarro da equipa que não esperou por mim. Cheguei cá fora, estava com alguns adeptos, à procura do autocarro e eles a dizerem que já tinha ido, esqueceram-se de mim. Acabei por apanhar boleia do roupeiro e fui na carrinha do material”, contou numa entrevista ao Canal 11, onde destacou também as principais diferenças que sentiu no primeiro encontro em Inglaterra.

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“Estava nervoso, era o primeiro jogo em casa, com grande visibilidade. Sentia uma ansiedade diferente, fui jogando e correu bem. Sempre foi um sonho jogar na Premier League, evoluir dentro dos melhores. De fora já achava extraordinário, mas o estar aqui… Aqui não pára, é sempre com uma intensidade muito alta, como se fosse Sporting-Benfica todas as jornadas. Sei que sou um jogador agressivo mas é no bom sentido, sempre sem maldade. Aqui há mais liberdade. Em Portugal estava mais condicionado. Em Inglaterra festejam os cortes como se fosse um golo. Isso só me dá mais fome”, acrescentou, abordando o lance do 1-0 do Fulham com o Liverpool em que pisou de forma inadvertida o calcanhar de Jordan Henderson.

Na receção ao Brentford – esse mesmo que goleou o Manchester United por 4-0 no último fim de semana –, depois de novo empate agora sem golos na visita ao terreno do Wolverhampton (e com uma grande penalidade de Mitrovic defendida por José Sá no último quarto de hora), João Palhinha voltou a ser titular e desta vez não se livrou de um cartão amarelo, na sequência de uma rosca para o ar e de um salto sem controlo que carregou o gigante Ben Mee, mas deu outros motivos para festejos que não cortes: a meio da primeira parte, o médio subiu mais alto num canto à direita marcado por Andreas Pereira e marcou o seu primeiro golo na Premier League apenas uma par de horas depois da estreia do ex-companheiro Matheus Nunes na liga inglesa ao serviço do Wolverhampton, que perdeu em Londres com o Tottenham.

O golo aos 20′ teve dedicatória especial para a mulher e para o futuro primeiro filho do casal, contribuindo para o Fulham sair a ganhar por 2-1 ao intervalo depois de Bobby Reid ter inaugurado o marcador com apenas 44 segundos de jogo e de Christian Nörgaard reduzir em cima do descanso. No entanto, a segunda parte tinha ainda muita história por contar, com Ivan Toney a ver o golo do empate anulado pelo VAR (49′), Mitrovic a ter uma oportunidade flagrante isolado na área mas a permitir a defesa (66′), Toney a apontar mesmo o 2-2 a pouco menos de 20 minutos do final (71′) e o mesmo Mitrovic a ver David Raya a fazer uma defesa fantástica em cima da linha (82′) antes de marcar o 3-2 em cima do minuto 90.

O sérvio que no ano passado marcou 43 golos em 46 jogos no Championship chegou ao terceiro golo nesta Premier League noutros tantos jogos, com uma autêntica explosão de alegria no Craven Cottage e com João Palhinha, que por várias vezes se foi queixando da mão esquerda que tinha ligada desde o início do jogo, a festejar atrás da baliza com os adeptos que celebraram aquela que foi a primeira vitória do Fulham em dérbis de Londres nos últimos 25 jogos na Premier, depois de cinco empates e 19 derrotas.