O Município do Fundão revelou esta segunda-feira estar “muito preocupado” e considerou “muito gravoso” o novo agravamento da taxa de gestão de resíduos (TGR), que está previsto até 2025 e que vai triplicar o valor atual.

Será altamente gravoso para os municípios e, em particular, para os municípios do interior do país, onde a densidade populacional é muito menor e onde o custo relativo do depósito em aterro é muito superior”, referiu o vice-presidente desta autarquia do distrito de Castelo Branco, Miguel Gavinhos.

O autarca falava durante a sessão pública do executivo, que se realizou esta segunda-feira e durante a qual explicou que este aumento está previsto no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos 2030 (PERSU 2030), elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente.

Miguel Gavinhos detalhou que o valor que as autarquias estão a pagar atualmente está nos 11 euros, apesar de em 2020 ter sido anunciado um aumento para os 22 euros, ao qual a maioria das câmaras do país se opôs, no âmbito de uma resolução da Associação Nacional de Municípios.

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Segundo detalhou, o que está previsto é manter a taxa em 22 euros, este ano, e proceder a um aumento gradual que chegará aos 35 euros em 2025.

Assim, em 2023 a taxa deve passar para os 25 euros, em 2024 para os 30 euros e em 2025 para os referidos 35 euros por tonelada.

Lembrando que, por lei, esta taxa é imputada diretamente aos munícipes com incorporação na fatura da água, Miguel Gavinhos destacou que a Câmara do Fundão está “completamente contra este aumento”.

Esta questão terá de ser assumida como uma causa da nossa região”, referiu, salientando que o “ímpeto de aumento” desta tarifa tem de ser “travado” e que o Fundão já apresentou o respetivo protesto na Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE).

Miguel Gavinhos frisou ainda que esse aumento não faz sentido quando os municípios têm feito um esforço para aumentarem os níveis de reciclagem e diminuírem os depósitos em aterro.

“Se os municípios estão a atingir padrões ambientais melhores e que se há menos produção de lixo, como é que se compreende que a mesma organização proponha, que, já em 2025, o valor da TGR passe para 35 euros. Isso é de facto um esbulho”, acrescentou.