Foram encontradas no fundo do mar e são vermes pré-históricos que devoram esqueletos de animais. As Osedax — as comedoras de ossos, em latim — são pequenos vermes que têm formato de planta e que comem todos os ossos que estão no fundo do mar. Não têm boca, nem estômago ou ânus e existem há muitos milhões de anos.

Os cientistas identificaram-nas pela primeira vez a 3 mil metros de profundidade. As Osedax que encontraram nessa altura cresciam como tapetes felpudos agarrados ao esqueleto de uma baleia. Aconteceu há 20 anos, em Monterey Bay, na Califórnia, e começou aí a investigação. Para a concretizar, os  investigadores começaram por transportar para o fundo do mar cadáveres de animais — não só baleias, mas também animais terrestres –, que foram retirados meses e anos mais tarde para perceber como funcionavam as também conhecidas como “vermes zombie”.

“Em qualquer lugar onde colocávamos ossos, encontravamo-las [os vermes]”, revela um dos principais investigadores do Instituto de Oceanografia Scripps, na Califórnia

Nesse trabalho, explica o jornal britânico The Guardian, os paleontólogos acabaram por encontrar fósseis de um plesiossauro com mais de 100 milhões de anos que permitiram descobrir há quanto tempo este verme reside na terra: desde Período Cretáceo.

Desde então foram descobertas mais de trinta espécies de Osedax. Normalmente, os vermes vistos a olho nu são fêmeas — os machos só se conseguem observar com recurso a um microscópio e não consomem os esqueletos. A missão dos machos será apenas fertilizar as fêmeas quando estas passam pelo processo de ovulação. Depois disso, morrem: “Chamávamos-lhes machos kamikaze“, explica um biólogo aposentado do instituto de pesquisa Monterey Bay Aquarium.

Há, porém, uma exceção: as Osedax priapus são conhecidas como “deus da fertilidade” porque, no caso desta espécie, os machos têm exatamente o mesmo tamanho das fêmeas e dirigem-se diretamente a estas para as fertilizar, sem esperar pelo processo ovulatório.

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