O Conselho Empresarial da Região de Coimbra (CERC) apelou esta quarta-feira ao “bom senso” do Governo, recusando “medidas cegas” na redução dos consumos energéticos, e apresentou propostas com essa finalidade “sem comprometer o normal funcionamento da atividade económica”.

Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, o CERC, que é constituído pelas 13 associações empresariais existentes nos 19 municípios da Região de Coimbra, em representação de cerca de 15 mil empresas, frisou que os seus contributos para a redução de consumos energéticos já foram apresentados “em privado junto de diversas entidades”.

Apela o CERC ao bom senso dos governantes, por forma que não sejam aplicadas medidas cegas e que tenham em atenção períodos de habituação, períodos de testes e as diferentes realidades no nosso país”, lê-se na nota do organismo liderado por Nuno Lopes.

A lista de medidas inclui a redução do horário de funcionamento dos centros comerciais e a redução da iluminação das montras das lojas de rua, “desde que seja assegurada a iluminação pública, preservando-se assim a segurança”.

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O CERC defendeu ainda a simplificação e agilização do processo de instalação de painéis solares de autoconsumo “tendo em conta o número de contribuinte e não o Código de Ponto de Entrega (CPE)”, a instalação destes equipamentos em condomínios, bem como a concessão de apoios “para particulares e empresas tornarem as suas casas e instalações mais eficientes em termos energéticos”.

A entidade liderada pelo também presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF) quer também apoios para a instalação de postos de carregamento de viaturas elétricas nas instalações das empresas e junto a lojas e escritórios, defendendo ainda a sensibilização do público em geral “para hábitos mais saudáveis e mais amigos do ambiente, que possam contribuir para a redução de consumos energéticos”.

A nível fiscal, o representante das associações empresariais da Região de Coimbra defendeu a criação de incentivos à instalação de iluminação LED, aparelhos de ar condicionado mais eficientes e portas automáticas nos estabelecimentos comerciais, e a majoração de “todas as despesas associadas com migração de servidores próprios para soluções ‘cloud’ mais eficientes energeticamente”.

Por outro lado, o CERC pretende ainda que seja incentivado fiscalmente o teletrabalho “para todas as funções em que tal seja exequível, minimizando assim as deslocações e despesas energéticas associadas” e a compra de torneiras “com calibradores, para assim se reduzir o consumo de águas em todas as utilizações”.