Siga aqui o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

A Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou, em seis meses de guerra, 473 ataques ao sistema de saúde na Ucrânia, que mataram pelo menos 98 pessoas e feriram outras 134.

“Seis meses de guerra tiveram um impacto devastador na saúde e na vida do povo ucraniano, mas apesar de muitos desafios o sistema de saúde conseguiu sobreviver e prestar cuidados onde e quando é mais necessário”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS num comunicado emitido esta quarta-feira pela organização.

A OMS entregou nestes seis meses de guerra mais de 1.300 toneladas de material médico, trabalhando com mais de 150 governos, com as Nações Unidas e com parceiros da sociedade civil, através do Grupo de Saúde da Ucrânia, um mecanismo de coordenação humanitária.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Além disso, ajudou a formar mais de 9.000 profissionais de saúde numa série de áreas, incluindo cirurgia de trauma, feridos em massa, exposição química, epidemiologia e diagnósticos laboratoriais.

A saúde mental é apontada pela OMS como outro foco, e por isso a formação em matéria de gestão do ‘stress’ está a ser ministrada aos trabalhadores dos cuidados de saúde e à população em geral, “dado o aumento acentuado do sofrimento psicológico relacionado com a guerra”.

Mais de 12.000 consultas de saúde psicossociais foram realizadas desde o início da guerra, relatou a organização, no balanço do apoio prestado desde fevereiro.

O sistema de saúde da Ucrânia prepara-se agora para “um inverno desafiante”, alertou a OMS, que continua a apelar à Federação Russa para que acabe com esta guerra.

“Os próximos seis meses podem testar o sistema de saúde da Ucrânia como nunca antes”, disse Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia, referindo que já se assiste “a graves desafios e carências em muitas áreas”.

O diretor regional da OMS para a Europa Hans Henri P. Kluge, denunciou os “inconscientes” ataques ao sistema de saúde que “não só são uma violação do direito humanitário internacional, como também matam e mutilam civis e prestadores de cuidados de saúde”.

Kluge destacou “os esforços heroicos dos prestadores de saúde, tão dedicados à sua profissão, apesar do seu próprio sofrimento pessoal”, mas sublinhou que nenhum sistema pode fornecer a melhor saúde ao seu povo sob o ‘stress’ da guerra.