O drift é uma modalidade muito popular no Japão e nos EUA, os dois maiores mercados da Toyota, razão pela qual o construtor nipónico desenvolveu modelos específicos para este tipo de desporto automóvel, como o Supra. Os veículos em questão são de tracção traseira, montam autoblocantes mais “fortes” para forçar as “atravessadelas” sempre que se acelera e uma direcção que vira muito mais. Isto porque, no drift, o equilíbrio do veículo consegue-se jogando com o acelerador e a direcção, sendo a pontuação tão mais elevada quanto mais atravessado vai o carro.

Há muitos e bons pilotos a dedicar-se ao drift, modalidade que é disputada com grande exuberância, mas durante períodos curtos e a baixa velocidade, apesar dos modelos serem muito potentes. Daí que o público possa estar mais próximo da pista, para reforçar a emoção dos espectadores, e a área utilizada pelos carros participantes seja mínima face a um autódromo tradicional.

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Mas os pilotos bons são uma elite. Daí que o construtor japonês tenha solicitado ao Toyota Research Institute (TRI) o desenvolvimento de um sistema autónomo capaz de executar todas as manobras sem intervenção do condutor. Assim, este só precisa de se sentar ao volante e accionar um botão específico, para se tornar instantaneamente num piloto profissional de drift, ainda que seja um mero passageiro do sistema.

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O Toyota Supra de drift foi revelado originalmente no princípio do ano, mas agora o grupo nipónico surgiu com um protótipo do Lexus LC que parece já pronto a entrar em produção. A explicação para esta utilização de tecnologia de competição num veículo de série prende-se com o facto de o grupo estar convencido que em situações extremas, quando o condutor enfrenta um imprevisto (uma pessoa, um animal ou outro carro que aparece repentinamente à sua frente) ou perde o controlo sobre o seu veículo e um despiste está iminente, é preciso um piloto profissional para salvar a situação e evitar o pior. E este “piloto profissional” é aqui representado pelo software e pelo sistema desenvolvidos pelo TRI.

No Supra, a condução autónoma controla o volante, o acelerador, a caixa de velocidades, o travão de mão e o sistema de travagem, que consegue accionar separadamente as maxilas de cada uma das rodas para melhor moldar a atitude do carro. Num modelo de série, como o Lexus LC, o sistema terá ser mais simples e com menores custos, mas em grande parte terá de agir da mesma forma. Não para prolongar as escorregadelas de traseira, mas para evitar obstáculos e depois controlar as “atravessadelas” que resultem da manobra evasiva. O Autonomous Drifting surge assim como um importante reforço aos já existentes sistemas de controlo de tracção e controlo de estabilidade. Veja aqui como funciona o Toyota Supra de drift: