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Rúben, quem é que te guardou a sorte a sete Chaves? (a crónica do Sporting-Desp. Chaves)

Este artigo tem mais de 2 anos

O Sporting dominou na primeira parte mas não marcou e perdeu a cabeça na segunda, sofrendo dois golos em três minutos e perdendo em Alvalade com o Desp. Chaves pela primeira vez na história (0-2).

Juninho marcou o segundo golo do Desp. Chaves em Alvalade
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Juninho marcou o segundo golo do Desp. Chaves em Alvalade

LUSA

Juninho marcou o segundo golo do Desp. Chaves em Alvalade

LUSA

É certo que a temporada acabou de começar. Mas também é certo que, ainda antes de agosto terminar, Rúben Amorim atravessa um dos momentos mais preclitantes desde que assumiu o comando técnico do Sporting. Com apenas uma vitória em três jornadas, com uma derrota pesada no Dragão com o FC Porto, com a saída daquele que era provavelmente o jogador mais importante da equipa, o treinador leonino só tinha uma opção: voltar ao mantra que o levou à conquista da Liga em 2021.

“Não vamos fazer mais contas. Vamos voltar à base do jogo a jogo. Estamos cinco pontos atrás dos nossos rivais e muitos pontos atrás do que é o tal panorama geral dos clubes. Temos de ter noção disso mas não nos retira ambição nenhuma. Conheço os meus jogadores. Se estivermos sempre a tocar nos cinco pontos, vão sentir-se ansiosos. Portanto, é jogo a jogo. Vencendo o Desp. Chaves, fica tudo bem”, disse Amorim na antevisão da receção ao Desp. Chaves, numa conferência de imprensa onde também admitiu ter “falhado no pleaneamento” por ter preparado a temporada a contar com Matheus Nunes.

Ficha de jogo

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Sporting-Desp. Chaves, 0-2

4.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: André Narciso (AF Setúbal)

Sporting: Adán, Luís Neto (Matheus Reis, 45′), Coates, Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio (Jeremiah St. Juste, 65′), Manuel Ugarte (Morita, 60′), Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Rochinha (Rodrigo Ribeiro, 74′), Marcus Edwards, Trincão

Suplentes não utilizados: Franco Israel, André Paulo, Fatawu, Flávio Nazinho, Mateus Fernandes

Treinador: Rúben Amorim

Desp. Chaves: Paulo Vítor, João Correia, Nélson Monte, Steven Vitória, Bruno Langa, Lenini (João Queirós, 79′), João Mendes (Juninho, 45′), Guima, Batxi (Euller, 72′), Benny (Obiora, 45′), Héctor (Patrick, 79′)

Suplentes não utilizados: Gonçalo Pinto, Jonny Arriba, Morim, Jô Batista

Treinador: Vítor Campelos

Golos: Steven Vitória (60′), Juninho (63′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Marcus Edwards (36′), a Manuel Ugarte (45+3′), a Pedro Gonçalves (66′), a Lenini (67′), a Morita (73′), a Euller (82′); cartão vermelho direto a Patrick (90+4′)

Ora, depois de uma semana que serviu para interpretar e encaixar a derrota com o FC Porto, para olhar para um mercado onde o médio grego Alexandropoulos está perto de ser reforço e para voltar a ouvir o nome de Cristiano Ronaldo associado a Alvalade, o Sporting recebia este sábado o Desp. Chaves. Um jogo contra um adversário que acabou de regressar à Primeira Liga, que nunca havia vencido em casa dos leões e que era aparentemente acessível — mas também um jogo onde era imperativo ganhar e ganhar de forma convincente para recuperar o clube, o plantel e a própria massa adepta.

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Assim, de forma expectável e também forçada, Rúben Amorim fazia várias alterações ao onze inicial. Ricardo Esgaio era titular no corredor direito, já que Pedro Porro foi expulso no Dragão e estava castigado, e Nuno Santos era a opção para a ala esquerda em detrimento de Matheus Reis, que começava no banco. Morita também era suplente e Pedro Gonçalves recuava para o meio-campo e para a posição ‘8’, abrindo uma vaga a Rochinha no trio ofensivo que continuava sem contar com o o lesionado Paulinho. Do outro lado, Vítor Campelos não podia contar com o capitão João Teixeira, que também estava suspenso.

Numa primeira parte que foi praticamente de sentido único, o Sporting acabou por não conseguir abrir o marcador apesar de ter criado diversas oportunidades para lá chegar. Os minutos iniciais demonstraram desde logo que o Desp. Chaves se tinha deslocado a Alvalade para defender com um bloco muito sólido e pouco móvel, com muitos elementos a ocupar a faixa central no último terço e uma quase abnegação no que toca ao ataque. Os leões tinham a quase totalidade da posse de bola, construíam a partir do meio-campo e tinham muita presença no setor mais recuado do adversário — contudo, não conseguiam entrar na grande área, optando ou por lateralizar o jogo ou por arriscar o remate de meia distância.

Nuno Santos teve a primeira oportunidade da partida, com um remate de fora de área que passou ao lado da baliza (4′), e Pote acertou no poste pouco depois, com um pontapé rasteiro e cruzado (13′). O aparecimento de Pote em zonas de finalização era, aliás, uma das características do futebol do Sporting: apesar de ter recuado no terreno, o internacional português continuava a ser o elemento mais perigoso na hora de ameaçar a baliza adversária, desequilibrando no corredor central e encontrando os escassos espaços que o Desp. Chaves consentia. Pote voltou a ter uma boa oportunidade para abrir o marcador, com mais um remate rasteiro que Paulo Vítor desviou (19′) e já depois de Rochinha cabecear para o guarda-redes encaixar (14′), e a equipa de Rúben Amorim acabou por quebrar em ritmo e intensidade à chegada à meia-hora.

Nesse período, o jogo perdeu algumas características e desdobrou-se em duelos na zona do meio-campo e entradas menos bonitas, com o Desp. Chaves a subir ligeiramente as linhas sem nunca arriscar demasiado nem permitir propriamente que o Sporting procurasse o espaço nas costas da defesa adversária. Os leões voltaram a acordar já perto do intervalo, acumulando ocasiões: Rochinha rematou ao lado de muito longe (38′), um cabeceamento de Gonçalo Inácio passou a centímetros da baliza (41′) e Trincão, depois de uma abordagem pouco feliz de Paulo Vítor, atirou contra um adversário quando o guarda-redes já estava fora do lance (43′).

Assim, o Sporting chegou ao intervalo em Alvalade ainda empatado sem golos contra o Desp. Chaves, num jogo que se ia afigurando muito complexo não tanto pela qualidade do adversário mas pela forma como a equipa de Vítor Campelos defendia, com muitos elementos e em bloco extraordinariamente baixo. Pote ia desequilibrando, Rochinha também ia deixando boas indicações, Nuno Santos era o habitual criador do caos mas tanto Edwards como Trincão, em sentido inverso, iam demonstrando algumas dificuldades para fazer a diferença.

Ambos os treinadores mexeram logo ao intervalo, com Rúben Amorim a trocar Luís Neto por Matheus Reis e Vítor Campelos a lançar Juninho e Obiora para os lugares de João Mendes e Benny. O Desp. Chaves começou aparentemente mais atrevido, alcançando mesmo o primeiro remate à baliza de Adán logo nos primeiros minutos da segunda parte (47′), e prolongou essa ideia com uma enorme oportunidade em contra-ataque em que valeu o guarda-redes leonino a novo pontapé de Héctor (55′). O jogo estava mais partido nesta altura, com os flavienses a conquistarem alguma confiança na saída com bola, algo que lhes permitia chegar com maior critério ao meio-campo adversário e que deixava o Sporting progressivamente mais preocupado com as tarefas defensivas.

Amorim procurou voltar a equilibrar a equipa com a entrada de Morita para o lugar de um fatigado Ugarte mas o médio japonês nem teve tempo para tocar na bola antes de o Desp. Chaves carimbar a surpresa: Batxi bateu um livre na direita e Steven Vitória, sem grande oposição, sem tirar os pés do chão e ainda no início da grande área, cabeceou para o fundo da baliza do Sporting e abriu o marcador em Alvalade (60′). Três minutos depois, a surpresa adensou-se. Com a equipa leonina completamente descompensada, Lenini soltou Juninho e o avançado lançou-se numa autêntica auto-estrada sem oposição, acabando por aumentar a vantagem ao aparecer na cara de Adán (63′).

Jeremiah St. Juste entrou de imediato para o lugar de Esgaio, integrando o trio de centrais para Coates passar a ser a referência ofensiva, com Trincão a ficar responsável pelo corredor direito e Rodrigo Ribeiro a ser lançado pouco depois para render Rochinha. Até ao fim, porém, já nada mudou: o Sporting nem sequer teve uma verdadeira oportunidade de golo, ocupando-se de cruzamentos em balão à procura de um milagre de Coates, e deixou que os minutos passassem sem contestar a vantagem do Desp. Chaves.

Assim, o Sporting sofreu a segunda derrota consecutiva e viu o Desp. Chaves ganhar pela primeira vez na história em Alvalade, deixando os leões com quatro pontos em quatro jornadas e a cinco do Benfica e do FC Porto — e possivelmente a oito, se encarnados e dragões vencerem os respetivos jogos, uma distância que até à 4.ª jornada parece já uma enorme montanha para escalar. Rúben Amorim quer levar tudo jogo a jogo, não quer fazer as contas e garantiu que uma vitória contra o Desp. Chaves fazia com que ficasse tudo bem. E agora, Rúben? 

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