O Conselho de Segurança da ONU aprovou esta quarta-feira, com 15 votos favoráveis, um projeto de resolução que renova o mandato da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) por um ano.

Aprovado por unanimidade, com 15 votos a favor dos Estados-membros, o projeto mantém até 31 de agosto de 2023 o mandato central e as tarefas de manutenção da paz da UNIFIL.

“Os Estados Unidos apreciam o apoio da comunidade internacional ao Líbano e às Forças Armadas libanesas (LAF, na sigla em inglês) durante esta crise que afeta o país. Estamos satisfeitos por ver este mandato reautorizado, com provisão de material não letal e apoio logístico às LAF por parte da UNIFIL, que as irá ajudar a estender e a sustentar a autoridade do Estado”, disse o embaixador norte-americano Richard Mills, um dos poucos diplomatas a pronunciarem-se após a votação.

Ao longo dos últimos meses, o secretário-geral da ONU, António Guterres, recomendou a prorrogação do mandato da UNIFIL por um ano, advogando que o apoio prestado até ao momento por aquela Força Interina “parece ter tido um impacto positivo na capacidade e alcance” das Forças Armadas Libanesas.

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Apesar de o projeto ter sido aprovado, as negociações mostraram-se difíceis entre várias delegações, como China, Rússia, Índia, Irlanda, México, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.

Um ponto-chave de discórdia das negociações foi em relação ao tipo de linguagem a utilizar na questão do apoio da UNIFIL às Forças Armadas Libanesas através do fornecimento de apoio não letal, material e logístico no âmbito das atividades conjuntas LAF-UNIFIL.

Esta disposição foi introduzida na resolução do ano passado — que enfatizou que tal assistência deveria ser fornecida de forma temporária e dentro dos recursos existentes — devido a preocupações sobre o impacto da crise socioeconómica do Líbano na capacidade das LAF de desempenhar adequadamente as suas funções nas áreas de operações da UNIFIL.

O texto inicial – que este ano partiu da França – propunha “prorrogar excecionalmente” as medidas temporárias e especiais até 31 de agosto de 2023 (ou seja, por um ano), enfatizando que elas não deveriam ser consideradas “uma solução de longo prazo”.

Muitos membros do Conselho apoiaram a reautorização das medidas temporárias e especiais por um ano. No entanto, a China e a Rússia opuseram-se a essa disposição, enfatizando que no ano passado haviam concordado com as medidas em caráter temporário e que reautorizá-las este ano equivaleria a estabelecer um precedente.

Contudo, na votação desta quarta-feira, China e Rússia integraram a lista de 15 Estados-membros que aprovaram a renovação do mandato.