A Ford tem entre mãos uma chamada à oficina do Kuga híbrido plug-in (PHEV), modelo que alia o motor a gasolina atmosférico com 2,5 litros e quatro cilindros, com 152 cv, a uma unidade eléctrica de 132 cv, alimentada por uma bateria recarregável com uma capacidade de 14,4 kWh (10,6 kWh úteis). E segundo o que foi comunicado ao público pela KBA, o organismo alemão que gere este tipo de problemas, é o motor a combustão que provoca os riscos de incêndio. São 126.511 os Kuga PHEV com problemas.

Originalmente, a Ford informou que já tinha conhecimento de três incidentes em que um incêndio foi originado no compartimento do motor, provocado por uma deficiência no próprio motor a gasolina, segundo uma carta enviada a clientes. A acumulação de líquidos altamente inflamáveis na zona do motor de combustão acaba por contactar com superfícies muito quentes, como o colector de escape, começando a arder. Parte do problema tem origem no motor, mais especificamente nas bielas, segundo informou inicialmente a Ford, apesar de agora garantir que a unidade motriz a gasolina não apresenta deficiência.

A solução preconizada pelo construtor passa por fazer uns buracos na protecção inferior do motor e na retirada de algumas lamelas na grelha de radiador activa. O objectivo é garantir que o ar continua sempre a circular dentro do compartimento do motor, impedindo a acumulação e condensação de vapores inflamáveis, tanto de gasolina como de óleo de lubrificação.

Os mais de 126 mil Kuga PHEV que vão ser chamados à oficina foram todos eles produzidos na fábrica da marca em Valência, Espanha. Este não é o primeiro problema causado por este modelo da Ford, que já em 2020 se viu envolvido numa outra situação de risco de incêndio, este relacionado com defeitos na bateria de alta voltagem, que teve de ser substituída. Mais recentemente, em Julho, a Ford realizou um recall nos EUA de mais de 100 mil unidades do Escape – o Kuga norte-americano –, que enfermava de um problema similar ao verificado agora no “irmão” europeu. A NHTSA, a autoridade americana que certifica os veículos comercializados naquele país e informa os consumidores de eventuais problemas e defeitos, avançou antes do Verão que os condutores deveriam parar o veículo assim que ouvissem um ruído estranho no motor, constatassem perda de potência ou a presença de fumo.

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