Os tripulantes da Portugália pediram “respeito” à empresa e ameaçaram avançar com uma greve caso as suas reivindicações não sejam atendidas, depois de uma assembleia-geral (AG) que se realizou esta terça-feira, de acordo com o SNPVAC.

Numa nota enviada aos associados, a que Lusa teve acesso, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse que “os tripulantes andam descontentes, cansados e, sobretudo, invadidos por um sentimento de injustiça, fruto do desrespeito contínuo a que são continuamente sujeitos pela Comissão Executiva do grupo TAP”.

O sindicato apontou o “agravamento das condições de trabalho”, o “aumento das cargas de trabalho com a inerente fadiga e cansaço”, o “desprezo pelo esforço dos tripulantes de cabine na colaboração da reestruturação da empresa” e o “protelar permanente de soluções que permitam aos tripulantes de cabine compatibilizar o seu trabalho com os objetivos pretendidos de tornar a Portugália uma empresa rentável e competitiva” como razões de descontentamento dos profissionais.

“Uma vez mais, reforçamos que o período conturbado que o setor da aviação atravessa não serve de justificação para tudo. Acima de tudo, não pode servir para a prepotência e depreciação com que somos continuamente tratados pela Comissão Executiva da TAP e pela própria CEO [presidente-executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener]”, referiu o SNPVAC, acusando a gestora de tratar os profissionais como se fossem mais um “serviço ACMI”, ou seja, um contrato de aluguer operacional de serviços de aviação.

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O sindicato apelou a que “a empresa faça uma leitura adequada e séria desta assembleia e que tenha a consciência, de uma vez por todas, da atual e geral insatisfação dos tripulantes”, garantindo que “esta só poderá ser ultrapassada com o respeito” que merecem.

“Caso contrário não restará outra alternativa a esta direção, senão tomar medidas mais fraturantes, nomeadamente o direito à greve, indo ao encontro das posições mais exacerbadas dos nossos associados”, reiterou.

“Vamos iniciar as negociações de um novo AE [acordo de empresa] com todo o nosso empenho e a seriedade que nos tem caracterizado, tendo como linha de orientação primordial a resolução dos problemas laborais que nos afetam; preservando os nossos direitos e dignidade, sem recorrer a decisões impulsivas ou demagogas, que apenas provocam a desunião da classe”, rematou.