A greve esta quinta-feira iniciada pelos guardas prisionais a diligências, como transporte de reclusos em situações não urgentes, registou uma adesão de cerca de 80%, disse à Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).

Segundo adiantou Carlos Sousa, a greve às diligências, que se prolonga até ao próximo dia 18, prende-se com “duas das reivindicações mais prementes” dos guardas prisionais, a primeira das quais relacionada com promoções, pois existem “guardas com 22 anos de serviço que ainda não foram promovidos”.

A segunda reivindicação resulta do facto de o sistema de avaliação da classe, prevista desde 2014, não ter sido ainda regulamentado.

“É uma carreira fortemente desgastada e que lançou mão de última e derradeira esperança que é a greve” para resolver os problemas dos guardas prisionais, justificou Carlos Sousa, revelando que já pediu uma audiência no Ministério da Justiça e ainda “não obteve resposta”.

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A última reunião no Ministério agora dirigido por Catarina Sarmento e Castro ocorreu há perto de quatro meses, disse.

Atualmente, existem pouco mais de 4.100 guardas prisionais para os 49 Estabelecimentos Prisionais (EP) centrais, regionais e especiais do país, calculando o sindicato que há um défice de perto de um milhar de guardas nas cadeias.

Também recentemente, a Associação Sindical das Chefias da Guarda Prisional (ASCGP) alertou para a dificuldade em recrutar novos guardas para uma carreira sem incentivos, notando que no último concurso de acesso houve necessidade de baixar os critérios de admissão à profissão, o que a ASCGP entende ser preocupante para o sistema prisional.