O secretário regional da Saúde dos Açores garantiu esta quinta-feira que o serviço de urgência do Hospital da Ilha Terceira não está em risco de colapso e que tem sempre, pelo menos, seis médicos em permanência.

“Não há qualquer risco de colapso, nem de caos no serviço de urgência do Hospital da Ilha Terceira. Ao nível das admissões temos mais ou menos as admissões do ano comparável, antes da pandemia, 2019. Em termos de escala de serviço, é exatamente idêntica à que era em 2019 em período antes da pandemia”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses.

O governante falava aos jornalistas à margem de uma reunião com o conselho de administração e com os diretores dos serviços de urgência do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), em Angra do Heroísmo.

Segundo Clélio Meneses, o tempo médio de espera nas urgências da unidade de saúde, em 2019, era de 42:35 minutos e agora é de 43:27 minutos.

Obviamente não é por 52 segundos que alguém pode demonstrar que há um caos ou que haja dificuldade no acesso”, frisou.

O deputado único da Iniciativa Liberal nos Açores, Nuno Barata, solicitou, na segunda-feira, esclarecimentos “urgentes” ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) sobre o serviço de urgência do Hospital da Terceira, alegando que os médicos se queixavam de “falta de pessoal para garantir um serviço de qualidade”.

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“No turno entre as 20:00 e as 08:00, fica apenas um médico de serviço nas urgências do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira”, adiantou o deputado, em comunicado de imprensa, acrescentando que, nos dias úteis, até às 16:00, existiam “quatro elementos médicos a compor uma equipa de serviço de urgência”.

O secretário regional da Saúde afirmou que é “absolutamente falso” que exista um período com “apenas um médico na urgência”.

O mínimo que tem na urgência são seis médicos e um anestesista em presença física”, frisou, acrescentando que cada especialidade tem ainda um médico de prevenção.

Clélio Meneses disse que o conselho de administração e os profissionais de saúde do HSEIT têm sido alvo de “ataques sucessivos, injustificados e inqualificáveis”, com acusações que “não têm qualquer fundamento”.

“Criar alarme na população, com o tremendismo e o alarmismo absolutamente abjeto com que têm feito, é um mau serviço que estão a prestar à população. Um cidadão que está em casa e ouve ou lê estas notícias fica alarmado e com maior dificuldade recorrerá aos serviços públicos”, frisou.

O governante considerou ainda “lamentável que este tipo de alarmismo tremendista” tenha “origem em alguns profissionais de saúde”, acusando-os de, por “incómodo político”, usarem a sua função de profissional de saúde “para criar alarme na população”.

Questionado sobre as críticas do PS/Terceira sobre uma alegada redução da prestação de cuidados de saúde primários nos núcleos de freguesia na ilha, Clélio Meneses disse que o partido “não sabe fazer outra coisa senão falar mal e criticar sem fundamento”.

Não corresponde à realidade. Há mais açorianos com médico de família do que havia em novembro de 2020 [quando o atual governo tomou posse]. Está a decorrer um procedimento concursal. Pelo menos três médicos vão entrar nos quadros da Unidade de Saúde de Ilha [da Terceira] como médicos de medicina geral e familiar”, frisou.

Os socialistas avançaram que “os cuidados de saúde primários pioraram ou deixaram de existir em várias freguesias da ilha Terceira”, questionando se o executivo açoriano tinha intenção de “acabar com os núcleos de medicina familiar nas freguesias da ilha”.

Clélio Meneses assegurou que a continuidade destes serviços não está em causa, acrescentando que, “com a nova contratação” de médicos de medicina geral e familiar, “a situação será resolvida”.

“Estamos a pagar a inação do governo anterior, que, percebendo que alguns médicos iriam ser aposentados, não abriu concursos. Estamos a corrigir mais um erro deixado pelo governo anterior”, frisou.