No último sábado, os elementos de uma equipa de serviço de Emergência Médica de Valadares foram chamados para uma emergência em Vila Nova de Gaia — uma viagem de pouco mais de 15 minutos — e foram agredidos quando chegaram ao local. A denúncia foi feita esta segunda-feira pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, que garante que este não é um caso isolado.

Ao Observador, Rui Lázaro, presidente do sindicato, indica que, na origem das agressões, poderá estar o atraso na resposta de emergência médica e que a corporação de Valadares vai avançar com uma queixa-crime. “A ambulância de emergência médica mais próxima da referida ocorrência estava encerrada por falta de técnicos”, tendo sido chamada outra ambulância, que precisou de “mais tempo para chegar à emergência”.

Ao chegarem ao local, os elementos foram agredidos e, “depois de socorrerem a vítimas, também precisaram de assistência”, adiantou o presidente do sindicato. Esta segunda-feira, os trabalhadores vão dirigir-se ao Instituto de Medicina Legal para avaliação das lesões e para que a informação conste na queixa que será apresentada.

“Tem sido cada vez mais frequente e temos tido conhecimento de mais casos semelhantes, precisamente relacionados com a demora da resposta às ocorrências”, explicou Rui Lázaro. No caso especifico da ambulância que deveria ter sido usada para a emergência que resultou em agressões, esta só esteve operacional durante 12 dos 62 turnos previstos para o mês de agosto. “E a previsão para o mês de setembro é que só tenha 11 turnos operacionais, estando o resto do tempo encerrado por falta de técnicos”, acrescentou.

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O sindicato refere ainda que, até agora, não foi adotada “nenhuma medida que surtisse efeito na redução destes atrasos, potenciando a perda de vidas, mas também de agressões como a que sucedeu”.

Já no mês passado, este sindicato avançou com uma queixa ao Ministério Público e pediu ao ministério da Saúde a demissão do conselho diretivo do INEM. E em causa estavam os casos de “atraso no envio de meios”.

Notícia corrigida às 11h50