O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais (CMRRC-RP), na Tocha, no concelho de Cantanhede (distrito de Coimbra), vai construir uma casa, dotada de tecnologia, adaptada para doentes com incapacidade.

O projeto será apresentado esta quarta-feira, dia em que se celebram os 75 anos da inauguração do Hospital Colónia Rovisco Pais (extinta Leprosaria Nacional, em cuja herdade está instalado, desde a sua criação, em 1996, o CMRRC-RP).

“Será uma casa inteligente, digamos, onde estão associadas as tecnologias do futuro, adaptada para ser habitada por alguém que necessite de suporte especial para a sua condição de locomoção ou outra qualquer incapacidade”, revelou à agência Lusa, a presidente do Conselho Diretivo do Centro de Medicina de Reabilitação, Isabel Bento.

A construção da casa foi iniciada em agosto, no CMRRC-RP, e estará ligada à tecnologia e à robótica, com comandos automáticos, e poderá “funcionar com voz ou com outro tipo de sinais”, exemplificou.

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Cabe aos médicos e técnicos do CMRRC-RP identificar as necessidades que os doentes possam vir a ter, de forma que seja uma casa que se adapte às necessidades de cada utilizador.

“Os nossos profissionais têm colaborado com a empresa na identificação desses requisitos técnicos, de modo que possamos ter um produto acabado, para um dia ser, eventualmente, comercializado ou adaptado àquilo que o mercado necessite”, explicou, Isabel Bento. A ideia é que seja experimentada e utilizada, ou seja, um protótipo ao serviço dos doentes.

O projeto decorre de um protocolo de colaboração, assinado em 2020, entre o centro de reabilitação da Tocha, a Universidade de Aveiro, a Associação Desenvolvimento da Casa do Futuro (Inova Domus) e a empresa Oli.

Para além da apresentação deste projeto, o programa conta, com uma visita livre ao Núcleo Museológico e a apresentação do livro “História e Memórias do Hospital Colónia Rovisco Pais”, com a presença da autora do livro, Cristina Nogueira, e da presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio.

Isabel Bento adiantou ainda, à agência Lusa, que relativamente à obra de construção de um novo edifício no CMRRC-RP, destinado à reabilitação, no valor de seis milhões de euros, está em fase de conclusão.

Segundo a presidente do Conselho Diretivo do Centro de Medicina de Reabilitação, o edifício começou a ser construído no final de 2019 e vai permitir ter mais 64 camas.

“Com essa expansão da nossa capacidade, passaremos a ter 144 camas para responder a toda a zona Centro”, concluiu.

O novo edifício vai “desenvolver áreas que nós não temos ainda a funcionar” no CMRRC-RP, como por exemplo, o laboratório de marcha, a unidade de reabilitação cardiorrespiratória e ainda a sala de Snoezelen.

Centro de medicina de reabilitação da Tocha vai reflorestar 50 hectares da zona envolvente

O Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais (CMRRC-RP), na Tocha, no distrito de Coimbra, assinou um protocolo de colaboração que visa a reflorestação de 50 hectares de floresta na sua zona envolvente.

O CMRRC-RP assinou um protocolo com a empresa Altri, no final do ano passado, para reflorestar 50 hectares de floresta, estando a aguardar, neste momento, o parecer do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Será possível fazermos aqui uma reconversão de cerca de 50 hectares de floresta. Vamos ter aqui passadiços, construção de um acesso à lagoa dos teixoeiros, uma ciclovia”, disse à agência Lusa, a presidente do Conselho Diretivo do Centro de Medicina de Reabilitação, Isabel Bento.

“Também no projeto está a criação de um espaço didático com informação sobre a fauna e a flora que existem no local”, acrescentou.

Trata-se de um espaço de lazer destinado à comunidade e também aos utentes e profissionais do CMRRC-RP, na vila da Tocha, no concelho de Cantanhede (distrito de Coimbra).

Para além da construção de passadiços, o projeto pretende ainda a destruição de plantas infestantes e a plantação de espécies autóctones.

O CMRRC-RP dispõe de 144 hectares de floresta, sendo que, com este protocolo cerca de 50 hectares serão reflorestados.

Segundo Isabel Bento, houve uma série de fenómenos naturais que vieram degradar esta floresta, nomeadamente os incêndios de 2017 e a tempestade Leslie.

A ideia passa por, através deste projeto, colocar um pouco desta floresta ao “serviço da comunidade e da comunidade interna”.

“Acreditamos que a mais-valia deste processo é não só o valor intrínseco deste projeto, mas um exemplo de boas práticas, porque vamos fazer, digamos, um serviço público que se abre à comunidade em que uma empresa privada nos vem ajudar”, explicou.

Isabel Bento admitiu que o centro de medicina de reabilitação da Tocha não tinha “condições, nem capacidade técnica de gerir e organizar uma mata que foi destruída”.

“Rapidamente as infestantes tomaram conta da mata e, portanto, perante este problema encontrámos esta solução”, concluiu.

Unidade integrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro presta “cuidados de saúde diferenciados na área da medicina física da reabilitação à população residente na sua área de influência, correspondente aos seis distritos da Região de Saúde do Centro” (Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu).