A seleção portuguesa de râguebi sevens vai tentar agarrar uma “janela de oportunidade” para alcançar os oitavos de final do Mundial que arranca na sexta-feira, na Cidade do Cabo, disse esta quarta-feira o selecionador Frederico Sousa.

Portugal disputa, às 07h45 (hora de Lisboa), o jogo de abertura frente à Irlanda, um adversário que já defrontou e contra o qual podia ter feito “mais e melhor”, lembrou o técnico, em declarações à agência Lusa, o que deixa em aberto a possibilidade de superar a pré-ronda de 16, que vai apurar oito seleções para “emparelhar” com os cabeças de série.

Sabemos que há uma janela de oportunidade. Estamos melhores e mais preparados do que na qualificação, por isso temos de acreditar e agarrá-la. Sabemos da dificuldade e da experiência que eles têm, mas sabemos também que é possível e que estamos preparados e focados para encarar o primeiro jogo como um grande desafio”, atirou o treinador português.

Além disso, o atual formato competitivo do Mundial, com uma espécie de pré-eliminatória a abrir a competição, que “é quase um ‘cut'”, pode deixar Portugal a apenas uma vitória de melhorar a sua melhor participação de sempre nas cinco presenças anteriores, um 10.º lugar obtido em Hong Kong, em 2005.

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No entanto, frisou o selecionador, que participou como jogador nessa terceira presença de Portugal na prova, “a pressão está no lado dos irlandeses”, uma vez que “eles é que têm a obrigação de passar o cut”.

Em caso de vitória sobre os irlandeses, Portugal defronta, no mesmo dia, a Inglaterra, num jogo de elevado grau de dificuldade, mas que pode dar acesso imediato aos oito primeiros lugares.

É o que nos calhou… Eles estão mais acima no ranking, nós estamos mais abaixo, mas temos de fazer o nosso caminho. Só o facto de estarmos presentes já significa que subimos alguns degraus. É sinal de que estamos a progredir, a desenvolver e, especialmente, que temos jovens e sangue novo capaz de nos dar muitas alegrias”, comentou Sousa.

O técnico, de resto, é um dos elementos com mais experiência em campeonatos Mundiais de râguebi ‘sevens’, estando prestes a iniciar a sua segunda participação como selecionador, após três presenças como jogador, entre as quais o tal Mundial de Hong Kong.

“Na altura, conseguimos o 10.º lugar, que foi algo ótimo para o râguebi nacional e para mim em particular, pois era o ‘capitão’. Melhorar esse resultado, agora como treinador, teria um gosto especial”, assumiu Frederico Sousa.

Nesse sentido, e com base na experiência adquirida, o técnico não teve dúvidas em transmitir aos jogadores que, “em primeiro lugar”, devem “desfrutar” desta presença na Cidade do Cabo.

É completamente diferente do Circuito Mundial. A conjugação das equipas, o ambiente, todo o enquadramento, a pompa e circunstância em redor, porque só se disputa de quatro em quatro anos… É uma oportunidade única e a experiência de uma vida”, destacou o técnico.

Portugal disputa a partir de sexta-feira o Campeonato do Mundo de râguebi sevens, que decorre até domingo, na Cidade do Cabo, na África do Sul.

A equipa orientada por Frederico Sousa defronta a Irlanda (07h45, hora de Lisboa) na pré-ronda de 16 equipas e, em caso de vitória, segue para os 16 avos de final, onde encontra a Inglaterra no mesmo dia (13h30).

Em caso de derrota no primeiro jogo, os “lobos” só voltam a entrar em ação no sábado, para disputar os quartos de final da Taça Bowl, o terceiro troféu da competição, frente à equipa derrotada no confronto entre Alemanha e Chile.

Para a sexta presença de Portugal no Mundial de sevens, Frederico Sousa chamou Diogo Rodrigues, Diogo Sarmento, Duarte Moreira, Fábio Conceição, João Vaz Antunes, José Maria Vilar Gomes, João Rosa, José Paiva dos Santos, Manuel Vareiro, Nuno Sousa Guedes, Rodrigo Freudenthal e Vasco Ribeiro.