Luís Marques Mendes considera “um exagero” o “coro de críticas” que se levantou ao plano de apoio às famílias do Governo, mas frisa que tem “muitos truques e engenharias”. No habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes afirmou que o plano é positivo, até, na “prudência orçamental”, mas não deixou de notar a desafinação entre Pedro Nuno Santos e Fernando Medina sobre os apoios ao crédito à habitação.

“Financeiramente é um plano prudente e faz sentido que assim seja. Este plano não vai ser o último e temos uma dívida pública para reduzir. A prudência orçamental é boa conselheira”, afirmou Marques Mendes este domingo dizendo no entanto que o Governo já percebeu que errou ao não “falar verdade” e que está, agora, “preocupado”.

Já depois de António Costa ter falado em Leiria, na rentrée socialista, Luís Marques Mendes considera que “se o primeiro-ministro tivesse dito na segunda-feira” o que disse depois em Leiria “metade da polémica não existiria”: “As pessoas mesmo não concordando com o discurso apreciam a verdade.”

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Marques Mendes diz que o discurso de Costa “só teve uma novidade”, precisamente a abordagem direta “à questão das pensões em 2024” e que isso é sinónimo de que o “tema da semana preocupa a sério o Governo, o primeiro-ministro e os próprios socialistas”: “Ao fim de uma semana o Governo está a emendar e a tentar remediar os danos, mas que isto deixa danos, deixa”, acrescentou ainda o comentador.

Ainda nas críticas ao pacote anunciado pelo Governo, Marques Mendes notou a desafinação entre o ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e o ministro das Finanças Fernando Medina. Diz Marques Mendes que no que toca aos apoios ao crédito à habitação há “uma omissão, mas sobretudo uma confusão total”.

“O Ministro Pedro Nuno Santos diz que está a ser estudada uma solução, o ministro das Finanças, que estava sentado ao seu lado, não disse nada, mas no dia seguinte disse ‘nem pensar’. Eles são do mesmo Governo, deviam conversar lá dentro antes de falar em público”, considerou Luís Marques Mendes.

Marques Mendes aproveitou ainda para comentar também o recém empossado ministro da Saúde, Manuel Pizarro, — deixando ainda um “cumprimento a Marta Temido”, a anterior ministra que Marques Mendes diz ter saído “com muita dignidade”.

“É a solução mais desejada pelos médicos, é uma vitória da Ordem dos Médicos e o primeiro passo para fazer a pacificação das corporações do sector. Tem boas condições para o cargo. É uma pessoa que conhece bem o sector da saúde e tem capacidade de diálogo e peso político. Só que para ter sucesso na saúde não basta pacificar. É preciso também reformar. A dúvida reside aqui”, considerou o comentador político.