O Presidente da República lamentou hoje a morte do professor universitário e ensaísta Vítor Aguiar e Silva, que recordou como “camoniano ilustre” e autor de uma “marcante” obra de teoria da literatura.

Vítor Aguiar e Silva, vencedor do Prémio Camões 2020, morreu neste dia, aos 82 anos, anunciou a Universidade do Minho.

Numa mensagem publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa refere que o professor “lecionou muitos anos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se doutorou, transferindo-se mais tarde para a Universidade do Minho, da qual foi vice-reitor”.

Nesta nota, o chefe de Estado expressa admiração e pesar à família de Vítor Aguiar e Silva, recordando-o como “camoniano ilustre” que, “entre outras atividades culturais e de cidadania, esteve na origem da fundação do Instituto Camões”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Além dos “labirintos e fascínios” camonianos, “interessavam-lhe os clássicos, maneiristas e barrocos, e os contemporâneos como Jorge de Sena ou Manuel Alegre, tendo também publicado diversos estudos sobre metodologias, humanidades, ensino da literatura, estudos culturais, política da língua e a problemática do cânone”, acrescenta.

O Presidente da República destaca a sua “Teoria da Literatura”, de 1967, obra “marcante e várias vezes reeditada”.

Presidente da Assembleia República lamenta morte de “brilhante ensaísta e historiador”

O presidente da Assembleia da República lamentou esta segunda-feira a morte do professor Vítor Aguiar e Silva, que classificou como “um brilhante ensaísta e historiador da literatura portuguesa”.

Numa mensagem na sua conta oficial no Twitter, Augusto Santos Silva lembra ainda o Prémio Camões que o historiador ganhou em 2020.

Vítor Aguiar e Silva era professor emérito e catedrático aposentado da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da UMinho.

Autarca de Braga lamenta morte do único Prémio Camões do concelho

O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, manifestou neste dia “grande consternação” pela morte do professor universitário Vítor Aguiar e Silva, lembrando que “foi até à presente data o único bracarense” a receber o Prémio Camões.

Em mensagem publicada na página de Facebook do município, Ricardo Rio sublinha que “é indelével” a ligação de Vítor Aguiar e Silva a Braga e aos bracarenses.

“Galardoado com a medalha de mérito Grau Ouro da cidade em 2014, assumiu funções como presidente do júri de vários prémios literários, tendo dado o nome ao Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, da Associação Portuguesa de Escritores e do Município de Braga”, refere.

“Nesta ocasião, obriga a memória recordar o homem de enorme capacidade intelectual, ampliador de causas e de especial sensibilidade social e disponibilidade para o próximo. Foi este um dos mais importantes obreiros na defesa da língua portuguesa, da cultura e do ensino superior em Portugal”, diz ainda Ricardo Rio.

Sublinha que Vítor Aguiar e Silva foi até à presente data o único bracarense a receber o Prémio Camões, “um dos mais importantes reconhecimentos da lusofonia“.

Vítor Aguiar e Silva era professor emérito e catedrático aposentado da Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) da Universidade do Minho.

Fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos e a revista Diacrítica.

Desempenhou as funções de vice-reitor da universidade, de junho de 1990 a julho de 2002, quando se aposentou.

Nos últimos anos, foi distinguido com o Prémio Vergílio Ferreira em 2002, com o Prémio Vida Literária (Associação Portuguesa de Escritores, 2007), com o Prémio Vasco Graça Moura — Cidadania Cultural (2018) e, em 2020, com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário de língua portuguesa.

Em 5 de outubro de 2004, tinha sido agraciado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública.

O velório de Vítor Aguiar e Silva realiza-se na terça-feira, a partir das 16h00, na Igreja de S. José de S. Lázaro, em Braga.

O funeral é na quarta-feira, dia 14, pelas 11h00, no mesmo local.