A dois dias do final do mercado de transferências de verão, Erik ten Hag, treinador do Manchester United, foi à sala de conferências de imprensa e fez uma espécie de spoiler da série mais aguardada com a garantia de que Cristiano Ronaldo ia mesmo ficar em Old Trafford. Para quem esperava ainda uma última surpresa, a ideia caiu por terra. No entanto, esse mesmo anúncio teve ainda uma nuance nas entrelinhas: a condição de suplente não iria mudar por isso. E as semanas seguintes confirmaram esse cenário.

O verão das novelas mexicanas em que nada mudou, de Ronaldo a Mbappé com Ricardo Horta como protagonista

O avançado começou como suplente utilizado com o Brighton (37′), foi titular na pesada derrota fora com o Brentford (90′), voltou a ficar no banco nas quatro vitórias seguintes para a Premier League contra Liverpool (4′), Southampton (22′), Leicester (22′) e Arsenal (32′) e regressou ao onze inicial na estreia dos red devils e do próprio na Liga Europa, na derrota em casa com a Real Sociedad (90′). No total, realizou 297 minutos em sete jogos, não tendo ainda qualquer golo nem assistência na presente temporada.

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Uma estreia para esquecer de Ronaldo no dia que não mais será esquecido (a crónica do Manchester United-Real Sociedad)

A pouco mais de dois meses do início do Campeonato do Mundo, o último da carreira, o português está mesmo a enfrentar uma situação como nunca teve ao longo de duas décadas. Longe vão os tempos em que era disputado por rivais de Manchester para assumir uma vaga no centro do ataque (verão de 2021). Mais recentemente, longe vão os tempos em que foi associado a mais de dez clubes de seis ligas europeias de topo diferentes sem que a sua condição alterasse ao longo de dois meses de tentativas.

A terceira vitória seguida apareceu no primeiro dia do resto da vida do Manchester United com Ronaldo

Na semana passada, Alessandro Alciato, jornalista italiano da Amazon PrimeVideo, avançou que tinham existido conversas entre Ronaldo e Luciano Spalletti nos últimos dias de mercado revelando o conteúdo das mesmas. “Queres mesmo treinar-me. Tens vontade? Estás pronto?”, teria escrito o capitão da Seleção ao técnico transalpino via Whatsapp. “Claro que sim, de boa vontade”, respondeu Spalletti. “Se Ronaldo poderia ser nosso jogador? O diretor Giuntoli falou sobre isso, dizendo que não houve negociações sérias. Eu sonhei um bocadinho. Porque não vê-lo ao lado de Osimhen? Teria sido maravilhoso. Ao menos não gostava de me ver privado de Osimhen”, comentou depois em conferência de imprensa.

Agora, o jornal Marca avança com mais uma oferta a Ronaldo que poderia bater recordes mas que foi recusada no início da semana pelo jogador: o Al-Hilal, clube da Arábia Saudita que conta com jogadores contratados na Europa como Vietto, Moussa Marega, Matheus Pereira, André Carrillo ou Ighalo, colocou nas mãos do avançado uma proposta de dois anos de contrato por um valor de 121 milhões de euros por temporada (ou seja, um total de 242 milhões). A parte desportiva acabou por imperar, com o número 7 a ter como principal enfoque o Campeonato do Mundo do Qatar antes da reabertura da janela de transferências, a 1 de janeiro. E, aí, é provável que os rumores de saída possam voltar em força.