Jürgen Klopp é um treinador com opiniões fortes, com posições vincadas, com um sorriso que lhe salta de forma quase natural nos contactos que tem com a imprensa. Antes da receção ao Ajax, até um barulho tão simples como o de uma máquina fotográfica lhe fazia confusão – e pediu mesmo se era possível não estar a tirar imagens enquanto falava. Crise ou não crise, a forma como o Liverpool tinha sido goleado em Nápoles depois de um arranque de temporada onde se salvavam apenas a Supertaça e a goleada das antigas frente ao Bournemouth levou mesmo o técnico a admitir que teria de haver uma reinvenção da equipa, entre outras tiradas como dizer que o Wolverhampton, que deveria ser o próximo opositor, se devia estar a rir.

Klopp perdeu pela quarta vez em Nápoles e agora foi por chapa quatro: “Parece mesmo que temos de nos reinventar”

“Sabemos que temos de reagir. Já revimos o jogo frente ao Nápoles inúmeras vezes, foi horroroso. A nossa pior exibição desde que cheguei ao Liverpool. Pareceu-me um problema mais individual do que coletivo, oito dos 11 jogadores estiveram muito abaixo do nível e os outros três estiveram regulares mas nada de especial”, comentou. “Se a paragem na Premier League quebrou o ritmo? Perder o ritmo com que estamos seria muito bom…”, ironizou ainda, falando de quatro/cinco dias de total verdade a nível de resposta. “Já tivemos jogos maus, todos se lembram que perdemos 7-2 com o Aston Villa no passado, mas havia sempre algo sempre esses encontros. Agora, neste jogo em particular em Nápoles, não há nada”, acrescentou.

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“Se costumo questionar os jogadores depois dos jogos? Geralmente, não. Nesta situação, sim. Eu sei que os jogadores querem resolver a situação, não estamos a fazer um grande início até agora, mas neste jogo o que vi foi todos eles a tentarem resolver os problemas sozinhos e por eles sem nos darem depois a estrutura para trabalharmos em conjunto”, tinha ainda apontado no jogo onde pedia a redenção. No final, conseguiu. À semelhança do que já tinha acontecido num jogo da Premier League, a vitória por 2-1 veio ao cair do pano e os reds estão vivos no grupo da Champions. Sobre o futuro, são os tais quatro/cinco dias.

Diogo Jota foi pela primeira vez titular esta temporada depois de ter recuperado de um problema físico que demorou mais a ser resolvido do que se pensava e teve intervenção direta no primeiro golo, recebendo de Luis Díaz para fazer a assistência para o 1-0 de Salah (17′). No entanto, e ainda antes do intervalo, Kudus fez o empate (27′) e deixou tudo empatado até um minuto do final, altura em que o central Matip subiu à área contrária para desviar de cabeça num canto e fazer o 2-1 que deu o triunfo ao Liverpool.