Vinte anos depois de uma procura intensa “um pedaço acarinhado da história” avaliado em um milhão de dólares (praticamente o mesmo em euros) está finalmente de volta a Israel. A pequena moeda de prata rica em simbolismo, cunhada durante uma revolta judaica há quase 2.000 anos, havia sido roubada por palestinianos, em 2002, de um tesouro desenterrado no Vale de Ella, ao sul de Jerusalém.
Tudo começou quando a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) soube do roubo por informadores. Durante década e meia, investigadores tentaram localizar o rasto da relíquia, que passou por mercados ilícitos de antiguidades em Israel, na Jordânia e no Reino Unido. Acabou por ser exportada para os Estados Unidos com o objetivo de ser vendida num leilão, em 2017, no estado do Colorado.
A AAI alertou as Investigações de Segurança Interna dos EUA (ISI), que transmitiu a investigação para a Unidade de Tráfico de Antiguidades do Distrito de Manhattan (UTA). Com base em dados de informadores de cinco países, juntamente com a ajuda das autoridades da Europa e do Médio Oriente, foi obtida uma ordem judicial para repatriar a moeda.
A relíquia foi entregue na segunda-feira numa cerimónia na Procuradoria distrital de Manhattan, com a presença de funcionários norte-americanos e israelitas, incluindo o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan.
Juntamo-nos aos nossos parceiros para devolver uma peça incrivelmente rara da história de Israel, a moeda de shekel trimestre, um símbolo de independência do tempo da presença romana no que é agora o Israel moderno”, disse o agente do ISI, Ricky J Patel, na reunião, citado pela BBC.
A cunhagem da moeda de prata foi “uma declaração de independência dos judeus contra o poderoso império romano na terra de Israel”. Datada de 69 a.C, é uma das quatro únicas do género conhecidas por existirem.