O ponto final na novela em torno do seu futuro com a confirmação na nova RNF Aprilia, bons indicadores na primeira sessão de treinos livres com o sétimo registo mais rápido, a queda para a 15.ª posição nos TL2 mas a menos de 0.2 segundos do top 10. O final do primeiro dia do Grande Prémio de Aragão acabou por não ser aquele que Miguel Oliveira mais queria e procurava mas os sinais de que poderia voltar a entrar entre os dez melhores em corrida estavam lá depois do 12.º lugar na Áustria e do 11.º em São Marino.

Miguel Oliveira acredita que “não serão precisos milagres” para a qualificação

“Depois dos testes, acabei por ser bastante rápido e consegui encontrar, dentro das peças que temos, algum setting mais competitivo em Misano. Aragão sempre foi uma pista onde, de um ano para o outro, sempre perdemos um bocadinho mais de aderência, e é sempre um desafio chegar aqui e colocar logo a mota preparada para ir rápido. Mas acredito que, este ano, já com toda a experiência que temos de anos anteriores, podemos chegar a Aragão com possibilidades de fazer uma corrida bastante competitiva. Em relação ao que podemos ambicionar, deixo tudo em aberto, venho preparado para disputar posições de topo”, tinha referido o piloto português à SportTV ainda antes das duas primeiras sessões de treinos livres.

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“Senti-me bem desde cedo com a moto. Fizemos algumas alterações, mas poucas. À tarde começámos bem, com um tempo competitivo e a meio da sessão com voltas muito constantes. Não tive os tempos dos mais rápidos mas fiquei apenas três décimas do tempo de referência. Na última saída para a pista, com pneu macio atrás não encontrei a tração que necessitava. Melhorei um bocadinho, mas nada de significativo. Amanhã [sábado] de manhã vamos andar bastante mais rápido do que hoje à tarde e, por isso, não acredito que sejam necessários milagres para podermos entrar no top 10. A KTM tem demonstrado bastante velocidade nas qualificações. Obviamente que isso não é sinónimo de um bom resultado. Vamos dar tudo por tudo para termos uma mota competitiva e fazermos uma boa corrida”, referiu depois.

Depois do sentimento agridoce que admitiu viver-se na KTM pela saída, “tristes por sair do projeto mas felizes pela decisão que tomei para o futuro”, Miguel Oliveira tinha também feito uma projeção para as seis corridas que faltam no Mundial de 2022. “Para este ano o objetivo é claro: queremos disputar as posições dentro do top 10 do campeonato. Estamos próximos e acreditamos muito no potencial que temos para nestas três corridas seguidas darmos uma boa força nos pontos e subirmos um bocadinho. São três corridas duras porque vamos acabar aqui Aragão e teremos uma viagem muito longa até ao Japão, onde iremos disputar a corrida de Motegi e, depois, viajamos para a Tailândia, onde novamente vai ser um desgaste acumulado e num ambiente mais duro, com calor e humidade”, frisara o número 88.

No entanto, e para começar esse ciclo da melhor forma, a qualificação em Aragão assumia uma particular importância para evitar mais uma corrida na quinta ou sexta linhas de grelha que pudesse condicionar em parte ou por completo o desempenho na prova mas a confiança manifestada na véspera pelo português tinha razão de ser, como se viu logo de manhã: Miguel Oliveira conseguiu o sétimo melhor registo na terceira sessão de treinos livres, ficando também com o sétimo melhor tempo combinado e passando de forma automática para a Q2 tal como o companheiro Brad Binder (sexto, a menos de 0.1). Os cinco da frente, com Jack Miller e Pecco Bagnaia na liderança, ficaram reservados para cinco pilotos da Ducati.

As diferenças entre corredores eram mínimas mas Miguel Oliveira conseguiu pela primeira vez na presente época chegar por duas ocasiões consecutivas à Q2, tentando chegar a um registo como o da Indonésia, o melhor até aqui (sétimo). Além dessa prova que terminou com a vitória do português, havia ainda o oitavo posto nos Países Baixos, o décimo em São Marino e o 11.º em Portugal. E, com Marc Márquez a ficar na Q1 com o 13.º lugar da grelha na prova de regresso ao MotoGP, Aleix Espargaró e Johann Zarco subiram para a Q2 que voltaria a ser um duelo entre as Ducati para saber quem ficava com a pole position.

Na primeira saída para a pista, o Falcão terminou com o oitavo melhor registo, pertencendo a Bastianini, Bagnaia e Miller as primeiras três posições à semelhança do que tinha acontecido nos treinos livres com o italiano da Gresini a marcar 1.46,580. Aleix Espargaró ainda conseguiu colocar-se no meio da luta das motos italianas mas ficou na quarta posição, com Pecco Bagnaia a ficar em primeiro com 1.46,069 à frente de Miller e Bastianini. Já Miguel Oliveira, que não conseguiu melhorar na segunda saída, acabou em 11.º, logo atrás do companheiro de equipa Brad Binder, na quarta melhor qualificação da época.