Quando Ethan Nwaneri nasceu, Cristiano Ronaldo estava a fazer a quarta temporada no Manchester United. Quando Ethan Nwaneri nasceu, o Arsenal já tinha estreado o Emirates, o novo estádio que substituiu o mítico Highbury. Quando Ethan Nwaneri nasceu, o FC Porto era treinado por Jesualdo Ferreira, o Sporting era liderado por Paulo Bento e o Benfica tinha Fernando Santos no comando técnico. Afinal, Ethan Nwaneri nasceu em março de 2007.

Aos 15 anos e 181 dias, o médio inglês tornou-se este domingo o jogador mais novo de sempre a representar a equipa principal do Arsenal, o jogador mais novo de sempre a atuar na Premier League e o jogador mais novo de sempre a atuar no primeiro escalão de futebol em Inglaterra. Nwaneri entrou já no período de descontos da vitória do Arsenal contra o Brentford, substituindo o português Fábio Vieira para atuar cerca de dois minutos e tocar uma vez na bola, e eclipsou o recorde anterior — até aqui, Harvey Elliott, agora no Liverpool, era o mais novo a jogar na Premier League, tendo-se estreado pelo Fulham em 2019 com 16 anos e 30 dias.

Brentford FC v Arsenal FC - Premier League

O momento em que o jovem médio entrou em campo para substituir Fábio Vieira, que marcou contra o Brentford

Nascido em Inglaterra e com pais nigerianos, Ethan Nwaneri entrou na formação do Arsenal aos nove anos — aos 14, já estava integrado nos Sub-18. Foi lá que começou a atual temporada, tendo rapidamente sido promovido aos Sub-21 e começando a treinar com a equipa principal neste mês de setembro. Estreou-se nos convocados também este domingo, merecendo desde logo a primeira oportunidade. Mas não se estreou em tudo: devido à lei inglesa de proteção de menores, o jovem inglês não pôde equipar-se no balneário junto aos colegas, reunindo com a equipa apenas para ouvir a palestra de Mikel Arteta e voltando novamente para uma sala isolada após o apito final.

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“Foi um feeling que tive ontem, não consigo explicar. No primeiro dia em que o conheci, olhei-o nos olhos. Toda a gente me falava dele, o Per [Mertesacker, o adjunto] falou-me dele. Com as lesões, só tínhamos 12 ou 13 jogadores mais velhos para convocar e decidimos trazê-lo. Foi isso. É um passo, uma experiência, tem de aproveitar e só posso dar-lhe os parabéns. Mas é apenas um passo e nem todos os passos numa carreira são em frente, ele tem de saber isso. Podemos ir em frente e depois ter de dar um passo atrás mas voltar a seguir em frente. Se cairmos, ficamos para trás. Infelizmente, é assim que funciona esta indústria e é assim que funciona a carreira de qualquer jogador”, explicou Mikel Arteta no final do jogo, justificando a aposta no médio que, esta segunda-feira, está nas aulas.