A Comissão Europeia atualizou esta terça-feira as recomendações sobre o rastreio do cancro, propondo um aumento do número de rastreios, cobrindo mais grupos-alvo e mais tipos cancros, concentrando-se na deteção da doença em fase inicial.

Segundo um comunicado, o programa de rastreio do cancro na União Europeia (UE), baseado nos últimos desenvolvimentos e provas científicas disponíveis, quer garantir que 90% da população da UE que se qualifica para exames de rastreio a mama, cervical e colorretal tem acesso a eles.

A nova recomendação também inclui rastreios ao cancro do pulmão, da próstata e, sob certas circunstâncias, cancros gástricos.

Assim, o novo programa de rastreio do cancro — incluído no plano europeu de luta contra o cancro — recomenda que o grupo-alvo do rastreio do cancro na mama passe a abranger mulheres entre os 45 e os 74 anos, face aos atuais 50 a 69 anos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O rastreio do cancro cervical (teste Papanicolau) deverá, por seu lado, passar a ser feito a cada cinco anos a mulheres entre os 30 e os 65 anos e a opção por testes imunoquímicos fecais à população entre os 50 e os 74 anos para determinar um potencial seguimento por endoscopia/colonoscopia.

A recomendação alarga ainda o rastreio organizado a três outros tipos de cancro: do pulmão nos grandes fumadores e ex-fumadores com idades compreendidas entre os 50 e os 75 anos; da próstata, nos homens até aos 70 anos, através de testes do antigénio específico, com seguimento por imagiologia por ressonância magnética; e da bactéria ‘Helicobacter pylori’ e vigilância de lesões gástricas pré-cancerosas nas zonas onde a incidência e as taxas de mortalidade do cancro gástrico são elevadas.

Uma vez adotada pelo Conselho da UE, o novo programa substituirá a atual recomendação sobre o rastreio do cancro de 2003.

Segundo dados da Comissão Europeia, em 2020, cerca de 2,7 milhões de pessoas foram diagnosticadas com cancro na UE.

De acordo com estimativas, um em cada dois cidadãos da UE terá cancro a dada altura da vida, com consequências a longo prazo para a sua qualidade de vida, e apenas metade de todos os doentes com cancro sobreviverá.