A subdiretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) defendeu esta terça-feira que os decisores políticos devem garantir o apoio aos mais vulneráveis, implementar políticas que reduzam a inflação, que é “um imposto sobre os pobres”, e manter a agenda reformista.

“Há três princípios genéricos que vos peço para considerarem quando estão a desenhar as políticas contra a desigualdade”, elencou Antoinette M. Sayeh, durante um webinar do FMI sobre a desigualdade, em particular na África subsaariana.

Primeiro, neste ambiente difícil, temos de garantir um apoio contínuo aos mais vulneráveis“, disse a responsável, salientando a importância de fortalecer os sistemas de proteção social e vincando que “qualquer estratégia para fomentar o crescimento sustentável a longo prazo tem de dar prioridade às necessidades imediatas dos mais vulneráveis”.

Considerando a inflação como um “imposto sobre os pobres”, Antoinette M. Sayeh disse depois que a subida dos preços a nível mundial resulta de fatores externos, como os elevados preços dos alimentos e da energia, e de algumas perturbações do lado da oferta que já existiam antes da crise.

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Por último, defendeu a continuação das reformas para “aumentar a resiliência aos choques e lidar com as verdadeiras causas da desigualdade”, que variam de país para país e podem incluir aspetos diferentes, como a saúde, o género ou as oportunidades económicas.

Reconheço, claro, que neste ambiente difícil, muitos países não vão conseguir resolver as suas necessidades sozinhos”, e é por isso que a comunidade internacional e o FMI têm um “importante papel” a desempenhar na redução das desigualdades, disse Sayeh.

A responsável lembrou ainda a alocação de 650 mil milhões de dólares em Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês) e na preparação de um instrumento de financiamento de longo prazo, o Mecanismo de Resiliência e Sustentabilidade.