O Presidente do Quirguistão, Sadir Japarov, disse esta terça-feira nas Nações Unidas que o país está disposto a manter negociações de paz com o Tajiquistão, embora tenha admitido que este país “não vai desistir de um centímetro de terra”.

Tendo em conta que a nossa confiança foi fragilizada devido às recentes ações ilegais dos nossos vizinhos, estamos dispostos a continuar as negociações através da mediação de organismos internacionais”, sublinhou o líder do Quirguistão, na sua intervenção no primeiro dia da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

Japarov explicou que foi criticado pelo povo quirguiz em junho de 2021, quando voou para Dushanbe para se encontrar com o Presidente tadjique, Emomali Rahmon, com o objetivo de “encontrar uma solução mutuamente benéfica” nas fronteiras entre os dois países.

O Presidente do Quirguistão defendeu que está disposto a “dedicar não apenas algumas horas às negociações”, mas também a resolver “de uma vez por todas” o diferendo entre as duas nações.

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Japarov disse que o seu país está “limitado” a responder “adequadamente” à “agressão” tadjique.

Temos provas documentadas das ações do lado tadjique nos últimos anos, que foram os primeiros a atacar. Nunca fomos os primeiros a atacar e nunca atacaremos”, alegou o Presidente do Quirguistão, perante a Assembleia Geral da ONU.

Devido aos recentes combates, cerca de 140.000 cidadãos foram removidos de colonatos próximos da fronteira.

Os recentes confrontos entre os dois países – que compartilham cerca de 1.000 quilómetros de fronteira, um terço dos quais em disputa — provocaram a morte de 92 pessoas, tornando-se os mais violentos desde os ataques de 2021, quando morreram 50 pessoas.

A semana de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas começou na terça-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, e irá prolongar-se até à próxima segunda-feira, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de governo, entre eles o primeiro-ministro português, António Costa.

Esta é a primeira Assembleia Geral desde o início da guerra na Ucrânia e a primeira em formato presencial desde o início da pandemia.

O evento decorre sob o tema “Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados”, e terá como foco a guerra na Ucrânia e as crises globais a nível alimentar, climático e energético.