A rede de água de São João da Madeira registou no último ano 16,6% de perdas, o que essa autarquia considerou esta quarta-feira um “mínimo histórico” da empresa municipal responsável pelo serviço, situando-o 12% abaixo da média nacional.

Constituída em 2009, quando as perdas eram de 36%, essa empresa municipal é detida em 51% pela Câmara de São João da Madeira e em 49% pela Indaqua, e gere uma rede de abastecimento que é das mais antigas do país, abrangendo atualmente 114 quilómetros de condutas subterrâneas.

Em fevereiro de 2021, a autarquia deu início a obras de 236.000 euros para renovar 4,5 quilómetros de tubagens, com o que se propunha diminuir de 19,9% para 15% as perdas de água provocadas por fugas, ruturas, avarias ou furtos, e agora os resultados indicam que, embora um pouco aquém dessa meta, o desperdício foi reduzido.

Entre agosto de 2021 e de 2022, apenas 16,6% da água que entrou nas redes de abastecimento de São João da Madeira se perdeu devido a fugas, ruturas, avarias ou furtos. Este volume de perdas representa um mínimo anual histórico para o concelho e fica a grande distância da média anual de desperdício ainda registada em Portugal, que é na ordem dos 28,7%”, revelou fonte oficial da Câmara, citando os dados mais recentes da entidade reguladora do setor.

Sobre o mesmo período de 12 meses, a autarquia destaca o desempenho específico de agosto deste ano, quando a rede conseguiu “atingir níveis recorde de 12,3% de perdas”.

O presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira e, por inerência do cargo, também administrador da Águas de São João, Jorge Vultos Sequeira, declarou que controlar o desperdício desse bem essencial “já é e continuará a ser uma questão fulcral para a resiliência dos territórios e das populações face às alterações climáticas, sobretudo atendendo aos cenários de seca”.

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“Acreditamos que a nossa ação deve primar pela eficiência e pela sustentabilidade, procurando cada vez melhores resultados no combate às perdas, para que São João da Madeira faça, de facto, parte da solução neste problema da escassez”, acrescentou o autarca socialista.

Além da reparação de condutas e da substituição de materiais obsoletos por componentes de desempenho superior, essa estratégia de contenção de fugas também tem envolvido a agilização da resposta dos piquetes a avarias e ainda a instalação de recursos tecnológicos para monitorização remota da rede e controlo de consumos ilícitos.

A informação das perdas de água surge uma semana depois de o STAL — Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins ter realizado um protesto público na cidade contra o alegado ambiente de “assédio moral e bullying” na Águas de São João.

Na ocasião, contactado pela Lusa, o presidente do conselho de administração da empresa Águas de São João e presidente do município, Jorge Vultos Sequeira, disse que “repudia e nega a veracidade de todas as afirmações do STAL, considerando-as difamatórias da empresa e dos seus trabalhadores”.