O líder do PSD recusou esta quinta-feira que a orientação dada à bancada parlamentar para apoiar a candidatura do Chega a vice-presidente da Assembleia da República signifique qualquer “aproximação política” àquele partido, invocando a “normalidade do regime democrático”.

Não tem a ver com nenhuma aproximação política, com nenhum tipo de afinidade política, mas com o respeito das instituições, da democracia e da vontade do povo. É cumprir o que a democracia exige aos representantes populares. O PSD votou, no passado, os candidatos do PCP, do BE, do CDS. Fê-lo por respeito ao povo, às escolhas do povo”, afirmou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, antes de uma visita ao Nonagon — Parque da Ciência e Tecnologia de São Miguel, nos Açores, no âmbito do primeiro encontro interparlamentar do partido nos Açores.

Chega não consegue eleger vice da AR pela terceira vez. Um terço dos deputados do PSD não acataram apelo de Miranda Sarmento

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O presidente do PSD vincou tratar-se de uma “questão de normalidade do regime democrático”, lembrando que desde o 25 de abril (de 1974) que a mesa da Assembleia da República (AR) “é composta por um presidente e quatro vice-presidentes representantes das quatro maiores forças políticas com representação parlamentar — aqueles que o povo quis escolher”.

Dei uma orientação ao grupo parlamentar no sentido de votarmos favoravelmente a proposta do Chega para esse lugar e o mesmo em relação à IL — Iniciativa Liberal, que ainda não apresentou candidato. Estamos com igual propósito relativamente às duas candidaturas“, observou.

Recusando “infantilizar a discussão política”, Montenegro desafiou os jornalistas a perguntar ao PS por que motivo “não cumpre as regras da democracia”.

O PS governou com o PCP e o BE e não foi por isso que PSD deixou de viabilizar os representantes desses partidos na mesa da assembleia”, recordou.

O líder parlamentar do PSD, Miranda Sarmento, apelou esta quinta-feira aos deputados sociais-democratas que votem a favor do candidato apresentado pelo Chega a vice-presidente da Assembleia da República, invocando a “prática parlamentar” que atribui esse cargo aos quatro partidos mais votados.

O Chega levou esta quinta-feira a votos o deputado Rui Paulo Sousa, sendo a terceira vez que este partido apresenta candidato para a vice-presidência da mesa da Assembleia da República, depois de terem sido rejeitados os deputados Diogo Pacheco de Amorim e Gabriel Mithá Ribeiro no início da legislatura.