Afinal, o PIB cresceu mais no ano passado do que inicialmente previsto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE): o crescimento não foi de 4,9%, mas sim 5,5%, em termos reais. O cálculo é do INE, que também revê em baixa a contração de 2020, embora muito ligeiramente: no primeiro ano da pandemia a economia, afinal, não contraiu 8,4%, mas sim 8,3%.

O INE justifica as revisões com a disponibilização de fontes de informação de “natureza mais sólida e completa” face às versões anteriores, tendo agora à sua disposição mais detalhes e informação mais consolidada.

No caso de 2020, não houve “revisões significativas nos principais resultados” e, em termos reais, a revisão é de apenas uma décima.

Já para 2021, a revisão foi mais significativa, de 0,4 pontos percentuais. Os resultados refletem os impactos da compilação dos resultados finais de 2020, com “informação mais desenvolvida sobre o setor das Administrações Públicas, a inclusão de dados revistos referentes ao comércio internacional de bens e serviços e, sobretudo, a incorporação, pela primeira vez, dos dados da Informação Empresarial Simplificada (IES) referentes a 2021, reportados pelas empresas em julho de 2022”.

A incorporação dos dados do IES revelou uma “maior dinâmica do setor empresarial em 2021”. Essa base de dados “veio revelar uma recuperação económica mais intensa que a inicialmente apurada, com destaque para os ramos indústria e energia e transportes e armazenagem que, no conjunto, foram responsáveis por mais de três quartos da revisão nominal do VAB [valor acrescentado bruto]”.

Os dados finais de 2021 relativos ao comércio internacional também mostram uma revisão em alta das importações de bens e a informação sobre as administrações públicas, nomeadamente no que toca às autarquias locais e às despesas associadas a domínios de saúde pública, “vieram a revelar uma despesa de consumo final deste setor mais elevada que a traduzida na informação anteriormente disponível”.

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