O presidente do Chega, André Ventura, disse esta sexta-feira ver “com muitas reservas” a escolha de Fernando Araújo para diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e considerou que “o país não precisa” deste cargo.

Daremos o benefício da dúvida mas com muitas reservas quanto a este nome, e certamente estaremos cá para o avaliar ao longo dos próximos tempos, visto que os portugueses precisam, isso sim, de uma reforma profundíssima do SNS que, sobretudo, pense nos seus interesses, nos interesses do utente, e não nos interesses de quem financia ou nos interesses do próprio Estado”, afirmou.

Num vídeo divulgado aos jornalistas, o líder do Chega afirmou que Fernando Araújo “não é um novato nas áreas da saúde” — foi presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, secretário de Estado da Saúde e agora do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João — mas considerou que “a obra que deixou não foi propriamente de melhoria significativa da vida dos portugueses no âmbito da saúde”.

“A escolha de alguém mais uma vez ligado ao PS, a escolhas anteriores de equipas governativas do PS, demonstra que [o primeiro-ministro] António Costa não consegue sair do círculo fechado do aparelho socialista, e isso é muito negativo, sobretudo num momento em que se pretende ou se tem que negociar com os operadores da saúde, com os médicos, com os enfermeiros, com os auxiliares, com os técnicos profissionais, com todos aqueles que se envolvem no mundo da saúde“, advogou André Ventura.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O presidente e deputado do partido de extrema-direita defendeu também que o “país não precisa” de um diretor-executivo do SNS, porque “quem deve ser responsabilizado pelo SNS, pelas suas falhas e virtudes, é o Governo e o ministro da Saúde”.

“Criar um CEO do SNS é apenas criar mais um cargo absolutamente desnecessário para os portugueses pagarem, e essa tem sido a prática constante do Governo socialista”, criticou.

Afirmando que “Fernando Araújo foi muito crítico de várias áreas da gestão do SNS ao longo dos últimos anos”, Ventura disse que vai aguardar com “expectativa mas com exigência” para ver se será “capaz de reduzir o desperdício brutal que o SNS tem todos os anos, de otimizar os recursos e de permitir, como ele próprio defendeu, o conluio, a aproximação e a harmonização entre o público e o privado”.