A Câmara do Porto vota segunda-feira a criação de um passe para crianças exclusivo para o elétrico e a atualização dos preços, passando o monomodal de uma viagem a custar cinco euros e o de duas, sete.

Na proposta, a que Lusa teve esta sexta-feira acesso e que o executivo discute na reunião privada de segunda-feira, o presidente da Câmara do Porto refere que o carro elétrico, operado pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), é um dos ex-líbris da cidade e que a sua procura tem vindo a aumentar nos últimos anos com o turismo.

Rui Moreira, que ficou com o pelouro dos transportes após a saída da antiga vereadora Cristina Pimentel para a STCP, destaca que desde 2019 a tarifa monomodal do elétrico “não é atualizada”, estando “o seu preço desajustado, quer no que respeita à procura, quer por comparação com os preços praticados em serviços de natureza semelhante”, dando o exemplo do Funicular dos Guindais.

A proposta de aumento dos títulos monomodais do carro elétrico não implica qualquer perturbação na prestação do serviço público de transporte intermunicipal de passageiros, nem afeta o equilíbrio económico-financeiro do contrato de concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros operado pela STCP”, adianta o autarca independente.

Nesse sentido, o executivo vai votar o aumento dos títulos monomodais em vigor, nomeadamente, o aumento de 3,50 para cinco euros o monomodal de uma viagem e o aumento de seis para sete euros o monomodal geral de duas viagens.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na reunião privada vai também ser discutida a criação de um monomodal para crianças, dos 4 aos 12 anos, “exclusivamente válido” para o elétrico e com um custo de 3,50 euros.

O novo monomodal e a atualização de preços terão efeitos a partir de 1 de outubro.

Lembrando que a frota de carros elétricos remonta ao período de 1920 a 1950 e que “necessita de novos investimentos para a qualidade, fiabilidade e segurança”, Rui Moreira afirma que os custos de manutenção “preventiva” não tem sido considerados por “insuficiência de libertação de meios”, tornando-se “imperativo” ultrapassar a exploração “deficitária” e assegurar os “necessários investimentos” com vista à recuperação dos veículos, catenária e linhas.

“O tarifário de bordo assume-se numa lógica turística, em função dos passageiros que utilizam aquele serviço, pelo que se verifica uma procura excessiva face à oferta disponibilizada. Esta situação tem vindo a agravar-se, uma vez que as obras da Metro do Porto interromperam a operação da linha 22 do carro elétrico”, acrescenta o autarca.

Numa nota publicada na quinta-feira no seu site, a Câmara do Porto adiantou que a STCP inicia a 1 de outubro um novo tarifário monomodal dos elétricos históricos da cidade.

Os valores para utilizadores frequentes da STCP, portadores de assinaturas mensais Andante Porto, metropolitano ou com as zonas PRT1 e/ou PRT2 incluídas mantêm-se sem alterações, referiu a autarquia.

As tarifas de bordo válidas para dois dias mantêm-se inalteradas, sendo de 10 euros para adultos e de cinco euros para crianças, e crianças até aos cinco anos vão continuar a viajar gratuitamente nos elétricos da cidade.

A autarquia lembrou que a aquisição de qualquer um destes títulos garante descontos nas entradas do Museu do Carro Elétrico.

A STCP mantém sete elétricos em atividade nas linhas de serviço público existentes no Porto, que percorrem alguns dos locais mais emblemáticos da cidade.

Contudo, devido às obras de alargamento da rede de metro do Porto, na zona da Cordoaria/Hospital de Santo António, a Linha 18 (Carmo — Passeio Alegre) está suspensa desde 15 de setembro e por um período estimado de um mês.

Também devido às obras do metro está suspensa, desde novembro de 2021 e por um período de cerca de três anos, a linha de elétrico 22, que liga o Carmo à Batalha.

Mantém-se em funcionamento a Linha 1 (Infante – Passeio Alegre), com o serviço reforçado, com frequências mínimas de 12 minutos.