De forma natural, na primeira vez em que surgiu à frente dos microfones após a renúncia de Rafa à Seleção Nacional, Fernando Santos foi questionado sobre o avançado do Benfica. E “abrindo uma exceção”, como ele próprio referiu, o selecionador nacional aceitou comentar a decisão do jogador durante a conferência de imprensa de antevisão da partida deste sábado contra a República Checa.

“Vou abrir uma exceção. Sabem que não falo destas questões antes de um jogo mas vou abrir uma exceção, sei que é assim. Recebi uma comunicação do Rafa dizendo que não estava disponível para integrar o estágio da Seleção por razões pessoais. Ao treinador, compete respeitar o que foi a sua decisão. Dei conhecimento à Federação e depois o Rafa também comunicou ao presidente da Federação a sua indisponibilidade para estar presente. A mim, o que me comunicou, o que me enviou, na realidade, foi o pedido de dispensa do estágio por estas razões. Depois, comunicou à Federação a sua indisponibilidade para fazer parte da Seleção, o que é outra questão. São assuntos pessoais, são as suas razões. Todos nós teremos a nossa opinião, o mais importante é respeitar a decisão do jogador. Sempre tive uma ótima relação com o Rafa”, disse Fernando Santos.

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Na mesma conferência, o selecionador nacional justificou ainda o facto de ter chamado Gonçalo Ramos para substituir Rafa na convocatória. “Não substituí Rafa pelo Gonçalo Ramos. É mais do que claro. Se fosse para substituir o Rafa, teria sido um jogador diferente. Se fosse assim, nem tinha convocado mais ninguém. A vinda do Gonçalo tem a ver com o facto de termos percebido que o João Félix dificilmente estaria neste jogo. Félix tem uma posição específica, apesar de termos dois jogadores que podem jogar nessa posição. Daí a convocatória do Gonçalo Ramos. João Félix não estará disponível pelo menos para este jogo”, completou o treinador.

De recordar que Rafa anunciou a renúncia à Seleção Nacional no início da semana depois de ter sido convocado cerca de um ano depois. “Informei hoje o selecionador Fernando Santos e a FPF [Federação Portuguesa de Futebol] da minha indisponibilidade para representar a equipa nacional. Julgo tratar-se de uma decisão honesta e acertada, neste momento da minha carreira. Peço que as razões, de foro pessoal, sejam respeitadas por todos”, podia ler-se na mensagem divulgada pelo jogador à Agência Lusa e depois partilhada no site oficial da Federação.

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“Representei as seleções nacionais em 40 ocasiões, ajudei a conquistar o Euro 2016 e a Liga das Nações e estarei sempre na primeira fila a apoiar a equipa de todos nós. Estou certo de que a seleção nacional continuará a dar alegrias aos portugueses, desde logo na Liga das Nações e no Mundial 2022″, rematou Rafa.

A FPF despediu-se também do extremo: “A direção da FPF respeita a decisão tomada pelo Rafa, que connosco viveu as duas maiores conquistas da Seleção Nacional, o Euro 2016 e a Liga das Nações. O Rafa será para sempre um dos nossos e é credor do nosso reconhecimento e agradecimento”.

Rafa, de 29 anos, conta 25 internacionalizações pela Seleção principal, sem ter apontado qualquer golo. O jogador, que não era convocado há cerca de um ano, foi chamado por Fernando Santos para o próximo duplo compromisso da Seleção, contra República Checa e Espanha, a contar para a Liga das Nações, sendo depois substituído por Gonçalo Ramos.