Foi um encontro inesperado que não estava agendando. O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, fez, esta segunda-feira, uma visita surpresa ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, em Sochi. “Estou muito feliz que tenha arranjado tempo para vir e para conversar. Há muitos assuntos que precisamos de discutir como a situação na região”, disse o chefe de Estado da Rússia, acrescentando existe um “grande número de projetos” e pontos de convergências entre Minsk e Moscovo.

Abordando tópicos como a exportação de fertilizantes ou os problemas económicos resultantes das sanções europeias, Vladimir Putin indicou ao homólogo que o Ocidente “deve tratar com respeito” quer a Rússia, quer a Bielorrússia.

Citado pela agência de notícias bielorrussa Belta, Alexander Lukashenko concordou e afirmou que a Europa “deve parar para pensar”. “Eu já disse aos europeus três vezes que o seu futuro é connosco, com a Rússia. Temos tudo o que eles precisam. Em troca, eles produzem o que nós podemos eventualmente precisarem. De que mais precisam eles?”, questionou, acrescentando que os líderes da Europa devem “tomar decisões responsáveis”.

Entre recados e acusações, o chefe de Estado bielorrusso assinalou que o Ocidente “estava à espera” de que a Rússia e a Bielorrússia “falhassem” por conta do impacto das sanções, mas os países continuam “sem medos” a enfrentar os desafios. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Nós estamos abertos a todos aqueles que querem viver em paz e que nos querem respeitar”, declarou Alexander Lukaskhenko, referindo que esse também era o caso de Vladimir Putin, que “ainda é mais aberto”. “Fala a tempo todo sobre isso.” Além disso, o chefe de Estado da Bielorrússia sublinhou que “ninguém” vai tolerar ser negligenciado no seio da comunidade internacional.

Sobre a Europa,  Alexander Lukahshenko notou, “após ter visto as notícias esta manhã”, que o continente estava “em ebulição”. “Na rica Alemanha, todas as pessoas estão na rua, todos estão a protestar”, comentou o Presidente bielorrusso, enquanto Vladimir Putin o escutava.

Antevendo que a Europa vai perceber os erros que cometeu ao aplicar sanções aos dois países, o Presidente bielorrusso acredita que “o caminho” seguido por Minsk e Moscovo é “o correto”: “A nossa causa é justa. Venceremos. Não há outra escolha”.