Um ano depois de ser eleito presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas admite que gostava de “ter feito mais”. “Foi um ano difícil, de constantes bloqueios da oposição”, afirma Carlos Moedas, citado pelo Diário de Notícias, declarações semelhantes às que aparecem citadas no jornal Público: “Estar a governar uma câmara em minoria com a oposição em bloqueios constantes foi difícil”.

Os primeiros 365 dias após a eleição “não permitiram fazer tanto como se poderia ter feito”, diz o presidente da Câmara de Lisboa. “Foi um ano de muitas concretizações, mas também de muitas dificuldades. Obviamente foi um ano difícil, de constantes bloqueios da oposição”, diz Moedas, confessando-se surpreendido que os partidos da oposição “demorassem tanto tempo a perceber que as coisas tinham mudado”.

“Houve realmente um tempo muito difícil em que a oposição queria cumprir o programa dela e não o programa de quem ganhou. Os lisboetas elegeram-me a mim, não a oposição. Nunca pensei que demorassem tanto tempo a passar, no fundo, de um estado de negação”, diz Moedas, citado pelo Diário de Notícias.

Esta é uma declaração que provoca uma gargalhada a Inês Drummond, vereadora socialista: “É extraordinário… ele precisa do PS para viabilizar as suas propostas. E isso aconteceu nas grandes medidas. É propaganda política, está numa vitimização permanente. Na prática pretende esconder que não está a governar a cidade. É vitimização e desresponsabilização”, atira.

Daqui para a frente, Moedas assume que a estratégia é “adaptar, negociar, consensualizar”. “Estou totalmente aberto a isso. A negociação é um exercício constante”, reconhece o presidente Câmara de Lisboa, salientando que “a situação está melhor: houve algumas mudanças na vereação no PS que foram positivas. Essas mudanças em termos de pessoas e personalidades vão criar melhores condições”.

Ao Público, Moedas acrescenta que “neste momento, até pela nova composição dos vereadores, uma vez que há uns que saíram, ou não estão tão presentes, já há uma aceitação. Passamos da negação para a aceitação”, diz o autarca. Essa é uma referência ao vereador João Paulo Saraiva, que era “vice” de Medina e que foi
nomeado administrador executivo no Metropolitano de Lisboa. Assim, afastou-se da liderança do grupo de vereadores socialistas na Câmara de Lisboa.

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