O vereador do PS na Câmara de Braga Hugo Pires apelidou esta segunda-feira a vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, de “incompetente”, acusando-a de não conseguir resolver “coisa nenhuma”.

No final da reunião quinzenal do executivo, Hugo Pires apontou como exemplo a “discriminação” das crianças com necessidade educativas especiais (NEE) no que toca à sua ocupação nos tempos não letivos.

É incompetente, não consegue resolver coisa nenhuma, não tem preparação para o cargo que exerce”, disse Hugo Pires, em declarações aos jornalistas.

Contactada pela Lusa, Carla Sepúlveda, militante do CDS eleita numa coligação liderada pelo social-democrata Ricardo Rio, lamentou que Hugo Pires tivesse optado por falar nas suas costas e acusou-o de não ter feito “rigorosamente nada” para ajudar a resolver o problema das crianças com NEE, apesar de ser deputado na Assembleia da República.

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“Nós estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para resolver o problema, ele [Hugo Pires] nem sequer conseguiu agendar uma reunião entre o ministro ou o secretário de Estado da Educação e os pais das crianças com NEE”, criticou.

Sobre a acusação de incompetência, a vereadora desafiou Hugo Pires a apontar factos concretos, a apresentar soluções para os problemas e a ajudar a resolvê-los, seja em sede do executivo municipal, seja na Assembleia da República.

“O problema é que não vejo rigorosamente nada da parte dele”, referiu.

Nas mesmas declarações aos jornalistas, Hugo Pires disse ainda que Ricardo Rio, na reunião desta segunda-feira, atirou Carla Sepúlveda “aos leões”, delegando nela todas as respostas aos vereadores da oposição sobre os problemas na Educação.

[Ricardo Rio] percebeu a sua incompetência e já nem sequer vai em seu auxílio”, referiu.

À Lusa, Carla Sepúlveda disse que sempre contou com a total solidariedade de Ricardo Rio e disse que a atitude do presidente da Câmara é “uma prova de confiança” no seu desempenho.

“Confia no meu trabalho, são assuntos do meu pelouro, mas obviamente dou-lhe sempre conta dos desenvolvimentos de cada dossiê”, referiu.

Na reunião desta segunda-feira, o PS apontou ainda alguns constrangimentos resultantes da aplicação do novo cartão escolar digital, criticando ainda o valor de cinco euros a cobrar a quem perder aquele documento.

“Deveria haver aqui alguma sensibilidade social”, disse a vereadora Sílvia Sousa, lembrando que para algumas famílias cinco euros “pode não ser nada”, mas que para outras “fará diferença”.

Carla Sepúlveda admitiu que o valor pode ser pesado, mas sublinhou que é uma forma de “responsabilização” do seu titular.

Admitiu ainda que tem havido alguns problemas com a aplicação do cartão, porque em causa estão “muitas escolas e muitos cartões”, mas vaticinou que em breve tudo estará resolvido e que o novo mecanismo tem como principal objetivo “uniformizar” procedimentos, pondo toda a comunidade escolar “a trabalhar na mesma linguagem”.