No ano em que chega à marca dos 25 anos no mercado português, a empresa de tecnologias de informação Capgemini quer fechar o ano com uma cifra redonda de trabalhadores, acima das 4 mil pessoas. Para isso, precisa de continuar a contratar, tendo atualmente 600 vagas em aberto.

“Temos 3.600 pessoas neste momento”, explica Cristina Rodrigues. “Estamos neste momento com um objetivo de ultrapassar as 4 mil pessoas este ano – e isto significa que há negócio”, garante. “Portugal é pequenino, temos muita gente a sair, já sabemos isso, mas temos de lidar com isso.” Dado os desafios de contratar no mercado tecnológico, a Capgemini está já a recrutar trabalhadores noutros mercados, como “Brasil, México, Argentina”. O esforço implica ter “mais de 100 recrutadores na área das tecnologias de informação a trabalhar”, admite Cristina Rodrigues.

A estratégia da companhia para os próximos tempos, que prometem ser de alguma incerteza, foi detalhada por Cristina Rodrigues, administradora-delegada da Capgemini Portugal. Foi a primeira vez em que a subsidiária do grupo tecnológico detalhou a estrutura e a estratégia da companhia após a aquisição da Altran, operação anunciada em 2019 e concluída no ano seguinte.

Cristina Rodrigues é a administradora-delegada da Capgemini Portugal e integra também o “board” da empresa. A executiva integra este órgão em conjunto com Eric de Quatrebarbes, responsável do ‘cluster” da Europa, a quem Portugal reporta, e Anne Lebel, diretora do grupo Capgemini.

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Com a integração da Altran no negócio do grupo de origem francesa, Maria da Luz Penedos, que estava na Altran, assume o título de “managing diretor” da nova submarca, chamada Capgemini Engineering. É nesta área que a empresa está a desenvolver esforços em áreas como a engenharia para o setor automóvel ou 5G. O centro instalado pela Altran no Fundão, por exemplo, também passou para as mãos da Capgemini Portugal.

Além dos seis escritórios e dois “hubs”, um deles dedicado ao desenvolvimento de software “low-code” OutSystems, uma forma de acelerar o desenvolvimento de aplicações, a empresa tem também laboratórios dedicados a tecnologias como o 5G ou a mobilidade. E, conforme explicou Maria da Luz Penedos, em breve os laboratórios da Capgemini no país vão ter mais uma valência – a computação quântica. Ao laboratório de media, ao de mobilidade e ao de 5G vai em breve juntar-se o Quantum Lab, que resulta de uma parceria com a gigante norte-americana IBM. Este laboratório em Portugal estará especialmente focado na área da cibersegurança na tecnologia quântica, detalhou a responsável pela área de engenharia.

Ainda fruto da integração da Altran, a Capgemini Portugal conseguiu também ganhar tração em setores onde antes tinha um peso “residual” para a companhia – como o setor público, por exemplo, que passou a representar cerca de 15% do negócio, avançou Cristina Rodrigues. E a aposta no setor público é para continuar, já que deverá crescer nos próximos quatro anos, devido aos “fundos públicos” que se avizinham.

Recessão leva a perspetiva mais “conservadora” de crescimento

Em conversa com a imprensa, Cristina Rodrigues reconheceu que o cenário de recessão devido ao regresso de um conflito à Europa está a levar a empresa a ter “uma perspetiva mais conservadora” no que toca a crescimento.

Ainda assim, a ambição da administradora-delegada passa por uma previsão de crescimento de receitas de 16% este ano. A executiva destaca a importância de garantir que o crescimento da companhia em Portugal é feito de “forma sustentável”, para “evitar o que algumas empresas estão a fazer, que é libertar pessoas”.

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