A concessão de crédito bancário para compra de casa desacelerou em agosto, o que aconteceu pela primeira vez desde outubro de 2020, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

“No final de agosto de 2022, o montante total de empréstimos para habitação era de 99,7 mil milhões de euros, mais 0,2 mil milhões de euros do que no final de julho”, afirma o Banco de Portugal, acrescentando que “esta evolução representa um crescimento de 4,6% em relação a agosto de 2021, sendo, no entanto, a primeira vez desde outubro de 2020 que estes empréstimos registaram um abrandamento”.

Já no que diz respeito aos empréstimos ao consumo a tendência foi diferente. Estes financiamentos “totalizavam 20,5 mil milhões de euros, mais 0,2 mil milhões de euros do que em julho, o que reflete um crescimento de 5,9% relativamente a agosto de 2021 (5,5% no mês anterior)”, segundo o Banco de Portugal.

No lado dos depósitos (de particulares) na banca portuguesa, estes somavam 181,4 mil milhões de euros no final de agosto. No fim do mês anterior, julho, o volume era maior, mas o supervisor sublinha que esta é uma tendência normal em agosto, mês em que boa parte dos portugueses tiram férias.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Os depósitos de particulares reduziram-se 1,3 mil milhões de euros relativamente a julho, mas cresceram 6,8% em relação a agosto de 2021. A redução ocorreu principalmente nos depósitos à ordem e está em linha com a evolução habitual no mês agosto”, diz o Banco de Portugal.

Quanto ao financiamento que a banca está a dar às empresas, o Banco de Portugal indica que “no final de agosto de 2022, o montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas era de 76,4 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,5% em relação a agosto de 2021. No mês anterior, o crescimento tinha sido de 1,6%”.

“Esta desaceleração foi mais expressiva nas pequenas e médias empresas e nas empresas dos setores das indústrias transformadoras e do alojamento e restauração. Já os empréstimos concedidos às grandes empresas e às empresas dos setores do comércio e transportes aceleraram”, afirma o supervisor.