O ministro das Finanças esteve esta manhã na Cimeira do Turismo Português, em Lisboa, e colocou o pacote de medidas de apoio aos rendimentos como um importante motor para a procura interna. Mas avisa mais uma vez que nem estes apoios, nem aqueles que se destinam às empresas devem comprometer as metas de redução de dívida pública.

A “quebra da barreira psicológica” da dívida nos 120% do PIB é uma bandeira hasteada por Fernando Medina que não tenciona abandonar no contexto de crise. “Reduzir a dívida é uma prioridade central, não por procuramos cumprir acriticamente qualquer indicador, mas porque essa é a forma de estabilizar as condições de ajustamento a toda a economia”, disse o governante.

Esta é a melhor forma de proteger o país no presente e no futuro de desenvolvimentos que não controlamos”.

Medina já o tinha dito de forma clara quando apresentou o pacote de medidas de apoio às famílias, no início de setembro, e sublinha-o de novo quando faltam 15 dias para a entrega do Orçamento do Estado para 2023 na Assembleia da República. E isto na véspera do acordo para a competitividade e rendimentos, sobre o qual diz que tem de “estabilizar” as condições das empresas e de um “quadro salarial que permita a recuperação gradual do peso dos salários no PIB”, com  “metas ambiciosas do ponto de vista salarial que devem ser definidas num horizonte de médio prazo”.

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“Temos a responsabilidade de fazer as escolhas certas para criar o melhor ambiente para empresas, mas temos a responsabilidade de garantir que os passos que tomamos hoje não voltarão atrás amanhã”, disse ainda em relação aos apoios para as empresas, insistindo perante a plateia de empresários (do setor do turismo) que “perante este contexto de incerteza que é dever gerir com prudência o presente, para conquistar autonomia no futuro“.

Nos dois planos, das famílias e das empresas, o ministro diz que o Governo fará o “possível para atenuar o impacto da inflação, sem comprometer objetivos para a dívida pública”. Ainda que reconheça que o programa para as famílias é um “sustentáculo à procura interna do país, num momento de elevada inflação”.

E também enumerou que o país tem alguma capacidade para reduzir o impacto da crise, tendo em conta os níveis de desemprego “historicamente baixos”, a “menor dependência energética do gás russo”, o “movimento silencioso” da busca de localizações mais seguras por parte dos setores industriais e ainda o turismo.

À sua audiência disse mesmo que o turismo já foi “um pilar fundamental” para a recuperação no pós-pandemia do país, nomeadamente em 2021 e 2022, e que conta que a atividade económica seja “uma indiscutível valia para o desempenho da economia em 2023”.