O PCP alertou esta terça-feira que o fluxo de gás, combustíveis e matérias altamente inflamáveis continua na refinaria de Matosinhos, apesar da mesma já ter sido encerrada, apelando à câmara para tomar medidas em matéria de segurança.

“A unidade de Leça da Palmeira deixou de ter refinação de petróleo e seus derivados, mas o fluxo de gás, combustíveis e matérias altamente inflamáveis continua”, adianta o vereador comunista na Câmara Municipal de Matosinhos, José Pedro Rodrigues.

Num comunicado enviado à Lusa, o comunista disse que, segundo informações a que teve acesso, no terminal petroleiro do Porto de Leixões deixou de estar em permanência um elemento da equipa de segurança que, por sua vez, ficou sem metade dos seus elementos na sequência do encerramento da refinaria.

Na sua opinião, esta situação configura um “risco acrescido” para os trabalhadores que ali ainda trabalham e para a comunidade.

“Nestas circunstâncias, entendemos que não pode haver qualquer abrandamento nos recursos dedicados à segurança no funcionamento destas infraestruturas, que vivem paredes meias com o coração urbano de Matosinhos”, afirmou.

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Assim, José Pedro Rodrigues vai pedir na quarta-feira, na reunião pública do executivo municipal em que se discute a primeira alteração ao Plano Diretor Municipal (PDM), que a presidente da câmara, Luísa Salgueiro, apure as condições em que estão a ser desenvolvidas as atividades de fluxo de matérias perigosas.

Além disso, o comunista pede que se avalie junto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) os riscos agravados pelos trabalhos de desmantelamento e a contaminação dos solos e tome as medidas necessárias e urgentes para minimizar os riscos existentes.

O vereador defende que o quadro de segurança envolvendo os terrenos e atividades da Petrogal e empresas associadas justifica não só o reforço das equipas de segurança próprias como o investimento na formação imediata dos corpos de bombeiros do concelho para poderem atuar nestes cenários de “extrema perigosidade”.

No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines, tendo posteriormente, para acompanhar todo o processo, a câmara constituído um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria.

Posteriormente, a 16 de fevereiro, a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) adiantaram que a antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às “energias do futuro”.