Portugal defendeu na segunda-feira em Bruxelas um “acordo equilibrado” para a gestão de stocks pesqueiros entre a União Europeia, Reino Unido e a Noruega, informou esta terça-feira o Ministério da Agricultura e Alimentação.

Em comunicado, o Ministério indica que no Conselho Agricultura e Pescas da União, que decorreu em Bruxelas na segunda-feira foram discutidas as orientações para a fixação das possibilidades de pesca para 2023, para stocks partilhados com Reino Unido, Noruega e Estados Costeiros para 2023.

Portugal defendeu que estas consultas anuais deverão ser concluídas até ao Conselho de dezembro, de forma a providenciar estabilidade ao setor pesqueiro da União. Considerou, assim, que a Comissão deverá envidar todos os esforços necessários para obter acordos positivos e equilibrados para os pescadores europeus em 2023″, é destacado na nota.

O Ministério adianta que Portugal vai acompanhar as consultas bilaterais entre a União Europeia e o Reino Unido, especificamente quanto às espécies de profundidade, que são da maior importância para as Regiões Autónomas.

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Na reunião, Portugal sublinhou “a necessidade de melhorar as medidas em vigor, relativas aos ecossistemas marinhos vulneráveis, promovendo um maior envolvimento da Administração, do setor da pesca e dos conselhos consultivos, através de um diálogo transparente e contínuo entre todas as partes”.

De acordo com a nota, foi igualmente debatido o estado do stock da enguia europeia, “tendo os estados-membros, incluindo Portugal, sido unânimes na necessidade de implementar medidas adicionais a nível europeu, para proteger este stock“.

O Ministério da Agricultura lembra que, em Portugal, a captura de meixão encontra-se proibida desde o ano 2000.

“Relativamente à situação de mercado, Portugal destacou que as decisões de produção no território nacional estão a ser comprometidas pelos custos e disponibilidade de fatores de produção e pelas condições climáticas, caracterizadas por uma seca prolongada, associadas ainda à incerteza quanto ao preço no momento da colheita, com consequências negativas na viabilidade e o investimento nas explorações agrícolas”, é referido na nota.

Na reunião, Portugal destacou ainda a responsabilidade da União Europeia para com a cooperação humanitária, nomeadamente para com países em desenvolvimento, em particular em África, com maiores carências de abastecimento.

“Portugal destacou a manutenção dos elevados preços do petróleo e do gás, com impacto no aumento do preço dos fertilizantes e, por conseguinte, no preço dos alimentos, aumenta a pressão na segurança alimentar, sobretudo nas economias mais frágeis”, é indicado na nota.

Na reunião foi também debatida a produção e logística agrícolas na Ucrânia e ligações UE, tendo Portugal destacado a necessidade de “solidariedade e pragmatismo no momento critico que vivemos”.