É António Costa Silva um “ministro isolado”? A questão voltou a ser colocada esta quarta-feira na Comissão de Economia. Costa Silva surgiu sozinho, sem secretários de Estado. “Não é comum e gera leituras, e quem o pôs cá sabia que ia ser assim. Dá a ideia de um ministro isolado e isso não é desejável, sobretudo se for isolado por ter boas ideias“, constatou o deputado do PSD Paulo Rios Oliveira.

Rios Oliveira referia-se à descida do IRC, ideia defendida publicamente pelo ministro da Economia, que foi depois contrariada pelo ministro das Finanças, e não só.

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“Reconheceu que as medidas de apoio podem ser insuficientes e que sabe disso porque vem das empresas. E o senhor primeiro-ministro não vem das empresas e não terá a sua sensibilidade. O que nos preocupa é, de que valerá essa sensibilidade relativamente ao apoio às empresas? De que vale um ministro com boas ideias se elas não chegam cá fora?”, questionou.

Na resposta, o ministro foi claro. “Não me sinto nem sozinho nem acompanhado. Tive muitas batalhas na vida em que estive sozinho. Estou habituado a ter razão antes do tempo, que é algo por vezes difícil de sustentar. Luto com as armas que tenho, de acordo com as ideias que tenho, em consonância com o programa do Governo e em articulação com o primeiro-ministro”, retorquiu.

“Sou uma que pessoa está sempre a pensar no fundo e em como poderemos responder. E não tenho medo nem de pensar nem de exprimir os meus pensamentos na altura que acho que devo exprimir. Fi-lo, vamos aguardar quais vão ser os desenvolvimentos, mas independentemente dos partidos e dos governos que se alternam, a questão do país é a questão vital” continuou.

“Temos de fazer tudo para auxiliar as empresas, porque o que não fizermos nos próximos anos vai ser pago de forma muito difícil. Penso que o Governo e o senhor primeiro-ministro estão alinhados com isso. Estamos a discutir. Eu farei o meu papel porque conheço muito bem as dificuldades das empresas que na altura própria não recebem o auxílio necessário”, concluiu o ministro.