O tema era o Banco Português de Fomento (BPF), mas António Costa Silva não se livrou de ouvir dos deputados da Comissão de Economia referências ao debate dos últimos dias sobre a descida, ou não, do IRC. “Veio sem a sua equipa. Espero que não esteja sozinho nem no Ministério nem no Governo”, notou o deputado do PSD Jorge Mendes, na audição do Ministro da Economia que tem lugar esta quarta-feira no parlamento.

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O debate sobre o Banco de Fomento foi pedido pelo PSD, mas foi Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, que puxou o tema que mais deu que falar, relativamente à instituição, nos últimos meses: o apoio concedido à Pluris, a empresa de Mário Ferreira, de 76,7 milhões de euros, do qual a empresa abdicou entretanto. “Há questões que não foram resolvidas. Se o apoio era para o turismo, porque é entregue à principal holding do grupo, que tem outros investimentos, como em comunicação social. Quem decidiu este investimento?”, questionou a deputada do Bloco.

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Ao que o ministro respondeu citando “um princípio”: o de que “não podemos atuar com base em suspeições e rumores”. Para o ministro, “o Estado de Direito tem de funcionar”. Costa Silva sublinhou que “todas as empresas são analisadas do ponto de vista de praticas abusivas, há procedimentos que são seguidos, tenho confiança que assim tenha sido”.

O investimento aprovado a Mário Ferreira era mesmo para turismo, confia o governante. “Vamos assegurar que assim seja. Apesar de ser dado à holding, o acordo de negociação assegurava que era para turismo”. O ministro ressalvou, já em resposta ao PS, que a empresa de Mário Ferreira foi investigada em 2014 “e não se apurou nada”. “Não é o Banco de Fomento nem o ministério que são polícias. O Banco de Fomento tem instrumentos fortíssimos de controlo”, garantiu.

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