“Ajudar a entender o mundo. É isso que pretendo fazer todas as semanas, através da interpretação da história: perceber a forma como chegámos aqui e o que é relevante no momento presente.” As palavras são de Rui Ramos e sintetizam o que o historiador pretende fazer, a partir de amanhã, na nova newsletter que passará a assinar no Observador.

Chama-se Perceber a História, será enviada todas as quintas-feiras, e, mais do que lembrar o que já aconteceu, pretende criar condições para que possamos entender “instituições e costumes, paisagens e ideologias, acontecimentos e personagens”. A partir do que está a marcar o presente, o professor universitário tentará levar os leitores numa viagem que ajuda a perceber o contexto de alguns acontecimentos. “Há muitas coisas que não fazem sentido quando vistas apenas do ponto de vista da atualidade mas começam a ser percetíveis quando encaradas a partir da história.”

As primeiras seis edições da newsletter serão dedicadas ao liberalismo em Portugal. Entre o contexto político-social em que surgiu e aquilo em que se viria a tornar nos dias de hoje (ou aquilo que conhecemos por “liberalismo” nos tempos que correm), o movimento terá sofrido algumas variações que contribuíram para moldar, também, a sociedade contemporânea portuguesa. “Quando falamos de liberais e liberalismo, será que sempre quisemos dizer o mesmo?”, pergunta Rui Ramos. “O sentido é igual ao de há duzentos anos? Podemos identificar os liberais de hoje com os que se chamavam liberais em 1822?” Essas são algumas questões com que os leitores poderão ficar nesta newsletter – e que autor ajudará a responder.

Haverá outros momentos marcantes da história de Portugal e do mundo que servirão de mote para outras séries e que serão abordados por Rui Ramos – que é também o co-autor (com o jornalista João Miguel Tavares) do programa O Resto é História, um dos maiores sucessos da Rádio Observador. A implantação da República ou o Estado Novo são dois exemplos de períodos que serão alvo da atenção.

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“O ponto de partida para estas newsletters pode não ser uma notícia que faz manchete ou abertura de noticiário, mas será sempre algo que diz respeito a uma interrogação que o leitor tem sobre o mundo de hoje.” Um exemplo prático desta ideia: os incêndios florestais que todos os verões assolam o país. Para entender este terrível fenómeno é necessário recuar “aos anos 60 do século XIX, quando se deu verdadeiramente início ao projeto de arborização geral, em grande parte com pinheiros bravos, que trouxe, claro, muitos conflitos com os proprietários rurais”.

As três primeiras edições da newsletter Perceber a História (que pode subscrever aqui) serão gratuitas, mas as restantes são exclusivas para assinantes do Observador, à semelhança do que já se passa com as newsletters Coisas de Família, de Sónia Morais Santos, Posso Comer?, de Mariana Chaves, e Macroscópio, de José Manuel Fernandes, lançadas nos últimos meses.

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