A União Europeia (UE) propôs esta quarta-feira acrescentar à lista de sanções individuais os responsáveis pró-russos nas regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, ocupadas pela Rússia.

“Propomos a adoção de medidas restritivas adicionais contra os indivíduos que estão a apoiar, facilitar ou beneficiar da invasão da Ucrânia”, disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, numa declaração à imprensa.

Em primeiro lugar, segundo especificou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, as medidas restritivas irão abranger “as autoridades representantes da Rússia em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia”.

As sanções – que incluem o congelamento de bens e a proibição de viajar para a UE – deverão ainda ser aplicadas “aos russos que organizaram e facilitaram estes referendos vergonhosos nos quatro territórios ucranianos ocupados”, acrescentou o representante.

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Borrell salientou também que a proposta desta quarta-feira – em reação aos recentes referendos sobre a adesão à Federação Russa destes territórios ocupados – irá sancionar responsáveis russos ligados ao setor da Defesa, como o ministro da tutela, e ainda os fornecedores de equipamento bélico à Rússia, incluindo mísseis e aviões de combate, bem como os participantes no processo de mobilização anunciado por Moscovo de 300 mil reservistas.

O novo pacote de sanções visa ainda os disseminadores de informação falsa e os doadores de fundos para as zonas ocupadas por Moscovo, segundo Bruxelas.

A Comissão Europeia propôs um oitavo pacote de sanções à Rússia, face à “nova escalada” do Kremlin (Presidência russa) na sua agressão à Ucrânia, com a realização de “referendos fraudulentos”, mobilização parcial e a ameaça de recurso a armas nucleares.

O novo pacote de sanções da UE, apresentado esta quarta-feira em linhas gerais em Bruxelas pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e pelo Alto Representante da UE, Josep Borrell, inclui um teto ao preço do petróleo russo, novas restrições ao comércio para privar a Rússia de cerca de 7 mil milhões de euros de receitas, uma proibição de exportações de mais produtos para privar o Kremlin de tecnologias-chave para a sua indústria de defesa e uma atualização da lista de indivíduos e entidades alvo de medidas restritivas.