A Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco alertou esta quinta-feira que o número de cabazes alimentares de que dispõe para dar resposta aos pedidos de ajuda é “insuficiente”, sublinhando que a situação se deverá “agravar” nos próximos tempos.

“Os cabazes têm vindo a ser cada vez mais insuficientes e é claro que, sobretudo as famílias que têm algum tipo de dependência, que não podem ser auto suficientes ou que têm crianças, nós gostaríamos de fazer um reforço que infelizmente não tem sido possível”, lamentou à agência Lusa a assistente social da Cáritas de Portalegre – Castelo Branco, Anabela Afonso.

Sublinhando que atualmente é dada resposta, com regularidade, em Portalegre, a 60 famílias “em idade ativa, com trabalhos precários ou rendimentos insuficientes”, Anabela Afonso realçou que a ajuda do Banco Alimentar tem sido “significativa” neste contexto, mas ao mesmo tempo “insuficiente” para o número de casos acompanhados.

Nós, se calhar, não recebemos um pacote de leite por pessoa e nós temos de adquirir, nós procuramos adquirir, mas tem sido cada vez mais difícil”, disse.

A assistente social relatou ainda que “há uns meses” era possível integrar nos cabazes “um pouco de carne e de peixe”, mas nesta altura foi necessário “cortar” estes géneros alimentares por causa do aumento de preços e do número de famílias que têm pedido ajuda.

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Além dos apoios pontuais que têm também dado a imigrantes que chegam a Portalegre, Anabela Afonso alerta que começa a ser “cada vez mais difícil” apoiar as famílias na região.

“Nós hoje estamos a fazer distribuição de géneros e uma das coisas que as pessoas nos pedem é azeite. Este mês não demos, vamos ter de intercalar, para conseguirmos assegurar o azeite no Natal”, acrescentou.

A assistente social da Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco indicou ainda que nos últimos tempos têm também notado a chegada de “muitos imigrantes” para trabalhar na região, mas apesar de surgirem algumas ofertas de emprego, “a grande dificuldade” centra-se no mercado imobiliário.

“É muito difícil encontrar uma casa para alugar, o mercado é escasso e as poucas casas que há têm preços elevados para as condições económicas dessas famílias”, disse.