O Parlamento iraquiano retomou, esta quarta-feira, a sua atividade com fortes medidas de segurança e confrontos entre manifestantes e policia, após ter sido suspensa por dois meses devido à invasão por apoiantes do influente clérigo xiita Muqtada al-Sadr.

A primeira sessão desde que o Parlamento foi suspenso, em 30 de julho, decorreu com um reforço de segurança e com dezenas de simpatizantes de Al-Sadr reunidos nas imediações da Zona Verde, perímetro ultraseguro no centro da capital iraquiana, onde estão localizados muitos ministérios iraquianos e embaixadas.

Um total de 220 deputados votaram contra e 13 a favor da renúncia do presidente do Parlamento iraquiano, Mohamed al-Halbusi, decisão anunciada na segunda-feira e justificada pela paralisia política que assola o país, devido à retirada em julho dos deputados do bloco sadrista, adiantaram à agência de notícias Efe fontes parlamentares.

Por sua vez, o comando de operações de Bagdade referiu que as tropas do Exército e da Polícia fecharam o acesso à Zona Verde e foram mobilizadas em várias áreas para proteger instalações vitais, segundo a agência oficial de notícias iraquiana INA.

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Apesar disso, registaram-se alguns confrontos entre manifestantes e forças de segurança que resultaram em 122 soldados e 11 civis feridos, revelou o comando de operações em comunicado.

Logo após o término da sessão parlamentar, três projéteis foram lançados contra a Zona Verde, um dos quais caiu em frente ao edifício sem causar ferimentos e outro próximo a um posto militar, que resultou em sete feridos, com diferentes graus de lesões.

A instabilidade política no Iraque piorou desde que o bloco sadrista, que detinha 73 dos 329 lugares no Parlamento após as eleições de outubro, anunciou a sua renúncia da legislatura, depois dos rivais xiitas, mas pró-iranianos, terem bloqueado as suas propostas de nomear um novo

A situação agravou-se no Iraque depois que o Bloco Sadrista, que detinha 73 dos 329 assentos no Parlamento nas eleições de outubro, anunciou sua renúncia da legislatura depois que seus rivais também xiitas, mas pró-iranianos bloquearam suas propostas de nomear um novo primeiro-ministro e formar um governo, processo que está parado há 11 meses.

Após a renúncia dos sadristas, a coligação do Quadro de Coordenação, próxima do Irão, conquistou os 73 assentos vagos e tentou nomear um candidato, algo que desencadeou protestos por parte dos apoiantes de Al-Sadr, que invadiram o Parlamento e acamparam à sua porta, para impedir a realização de uma sessão plenária.

No final de agosto, Al-Sadr anunciou a sua retirada definitiva da política, decisão que desencadeou protestos violentos dos sadristas, que causaram a morte de 35 pessoas.