A WindEurope alertou para o risco de fuga de investimentos em energias renováveis da Europa para os Estados Unidos, devido ao plano de emergência da União Europeia (UE) para responder à crise causada pelos preços da energia.

“A Europa precisa de grandes investimentos em energias renováveis. Todos concordam que esse é o caminho para sair da crise. Mas, tal como está, o regulamento de emergência [da UE] suspenderá muitos investimentos em energias renováveis“, defendeu a associação que promove o uso da energia eólica na Europa, com sede em Bruxelas, em comunicado publicado na sua página da internet.

A associação apontou que o regulamento, “tal como está agora”, “não impede os governos nacionais de adotarem impostos adicionais e de tomarem medidas descoordenadas sobre os diferentes tipos de produção de energia”.

Segundo a WindEurope, alguns Estados-membros da UE estão já a planear medidas adicionais, que incluem “impostos sobre a receita total dos produtores de eletricidade, em vez dos lucros”.

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“Isso vai interromper os investimentos em energias renováveis. Os investidores simplesmente irão para outro lugar. Para os Estados Unidos da América, por exemplo, onde a Lei de Redução da Inflação tem grandes créditos fiscais para investimentos em energias renováveis”, apontou a associação das eólicas.

Assim, defendeu, os Governos devem ter em conta que “desviar-se do limite da UE ou aplicar impostos adicionais aos produtores de eletricidade vai interromper os investimentos em energias renováveis e tornar muito mais difícil para a Europa sair da crise energética”.

A WindEurope tem mais de 400 membros, incluindo fabricantes que atuam no mercado mundial de energia eólica, fornecedores de componentes, institutos de pesquisa, associações nacionais de energia eólica e renováveis, entre outros intervenientes.

O regulamento relativo a uma intervenção de emergência que esta sexta-feira recebeu o aval político dos 27 Estados-membros da UE contempla um teto máximo para os lucros das empresas produtoras de eletricidade com baixos custos (renováveis), e planos de redução de consumo de eletricidade, voluntária (10% para a procura em geral), e obrigatório (5% nas horas de pico).