Os dois telescópios mais poderosos do mundo captaram imagens do momento em que a nave espacial DART, da agência espacial norte-americana, colidiu propositadamente com a lua de um asteroide a 11 milhões de quilómetros na Terra naquela que foi a primeira missão de defesa planetária da humanidade.

As imagens recolhidas pelos Telescópios Espaciais Hubble e James Webb foram divulgadas esta quinta-feira pela NASA, principal responsável pela missão, e mostram o aumento do brilho refletido pelo corpo celeste após o impacto. Foi a primeira vez que ambos os telescópios filmaram o mesmo evento a partir do espaço.

A nave espacial DART colidiu com Dimorphos, a lua do asteroide Dydimis, às 00h14 de terça-feira para testar a possibilidade de alterar a rota de um corpo celeste e impedir que colida com o planeta. O impacto foi bem sucedido, mas ainda não se sabe se a órbita de Dimorphos em torno Dydimis mudou efetivamente.

Este gif é composto por três fotografias captadas pelo Telescópio Espacial Hubble. A animação demonstra a variação do brilho refletido pelo sistema Dimorphos-Dydimos entre 22 minutos após o impacto da nave espacial DART até oito horas e 12 minutos depois da colisão. Esse brilho aumentou três vezes.

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Neste segundo gif, comn fotografias tiradas pelo Telescópio Espacial James Webb, mostra o momento do impacto da nave espacial DART com a lua Dimorphos às 00h14 de terça-feira até às 5h14 desse dia, horas de Lisboa. Podem ver-se plumas de material de um núcleo compacto a serem expulsas do local do impacto para o cosmos.

Na quarta-feira já tinham sido divulgadas as primeiras imagens captadas pelo satélite da Agência Espacial Italiana que viajou à boleia da nave espacial DART e que, após ter sido libertada cinco dias antes do impacto, fotografou o momento da colisão.  LICIACube é um CubeSat, isto é, um satélite cúbico e muito pequeno.

Em outubro de 2024, a Agência Espacial Europeia vai lançar uma missão para sondar novamente o sistema de asteroides Dimorphos-Dydimos para verificar se o impacto da nave espacial DART resultou realmente num desvio na órbita da pequena lua.

A missão Hera vai medir e mapear a cratera provocada pelo DART quando a nave espacial atingiu Dimorphos. Essas informações serão enviadas para a Terra e, com base nelas, a comunidade científica poderá calcular a eficiência do empurrão — se é que houve alguma alteração significativa na rota do asteroide — produzida pelo impacto.