O ex-presidente Lula da Silva, favorito nas sondagens sobre as presidenciais no Brasil, disse esta sexta-feira que toda a América do Sul e a maioria dos países europeus confiam na sua vitória contra o atual Presidente, Jair Bolsonaro.

“Toda a América do Sul quer que o Brasil vença para mais uma vez coordenar uma instituição multilateral como a Unasul (União das Nações Sul-Americanas)”, disse Lula da Silva, numa conferência de imprensa, ao lado de Marcelo Freixo, candidato a governador do estado do Rio de Janeiro.

Lula da Silva, líder do Partido dos Trabalhadores (PT), que governou o Brasil entre 2003 e 2010, anunciou que pelo menos oito países europeus já manifestaram interesse em manter uma conversa telefónica consigo na segunda-feira, um dia depois da primeira volta das eleições, para estabelecer um “novo relacionamento.”

O ex-presidente brasileiro disse que há preocupação no exterior com “o que pode acontecer no Brasil” após as eleições e não descartou que Bolsonaro “pode tentar criar confusão na transição”.

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A dois dias das eleições, todas as sondagens indicam uma clara vitória de Lula da Silva, mas a oposição teme que Bolsonaro não reconheça o resultado em caso de derrota.

Jair Bolsonaro alimentou o temor de fraudes nas urnas eletrónicas nos últimos meses, apesar de não haver nenhuma reclamação contra o sistema eleitoral brasileiro desde sua implementação em 1996.

“Lá fora tem muita gente preocupada com o que pode acontecer no Brasil. Você não sabe a quantidade de ligações que recebemos, a quantidade de pessoas que estão se inscrevendo para vir aqui acompanhar o processo eleitoral”, disse Lula da Silva.

O ex-presidente frisou que está muito perto de vencer a eleição presidencial na primeira volta, já que, segundo a sondagem divulgada na véspera, obteria 50% dos votos válidos.

Caso nenhum dos candidatos ultrapasse 50% no domingo, os dois mais votados, que devem ser Lula da Silva e Jair Bolsonaro, voltam a enfrentar-se numa segunda volta em 30 de outubro.